A CDU, coliga PCP e PEV e quer as contas da autarquia de Vila Real de Santo António auditadas por uma entidade externa e isenta.
A coligação quer governar próximo dos cidadãos e apresenta nas respostas que deu ao POSTAl várias propostas para o concelho, mas antes de tudo há que saber em que estado estão as finanças da autarquia há 12 anos na mão do PSD.
Álvaro Leal é o cabeça-de-lista desta força política no concelho fronteirço.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Álvaro Leal (AL): A minha candidatura não é individual. É o resultado de uma escolha discutida nos órgãos de decisão dos partidos que compõem a CDU, o PCP e o PEV, confirmada com os militantes e muitos amigos independentes que acreditam no nosso projecto autárquico.
No plano individual aceitei a candidatura por considerar que a minha experiência autárquica me trouxe o conhecimento dos problemas do concelho de Vila Real de Santo António e considero que, com o apoio da vasta e boa equipa que conseguimos reunir, estamos em condições de ultrapassar constrangimentos que se opõem a que o concelho de Vila Real de Santo António encontre um caminho para o desenvolvimento económico, social e humano que todas as terras merecem. E o desafio não é pequeno.
O nosso concelho caminha há 20 anos numa espiral de decisões danosas para o seu desenvolvimento e para a vida da população. Um município que está a caminho do desastre, com uma das maiores dívidas do país, em situação de quase falência técnica e com uma das mais elevadas cargas fiscais sobre a população. Um município refém de vários programas de recuperação financeira, sem um projecto de desenvolvimento credível e sem perspectivas de um futuro melhor.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
AL: O maior problema do concelho é o de estar submetido ao projecto político do PSD que assenta numa lógica de transformar a Câmara Municipal num instrumento ao serviço de interesses privados, os quais colidem com as reais necessidades de desenvolvimento do seu território, do ordenamento urbanístico, da diversificação da actividade económica, da participação popular e institucional na vida do município.
O concelho necessita de uma urgente revisão do Plano Director Municipal, que está há largos anos para ser feita, de opções estratégicas de desenvolvimento, de um debate sério e alargado sobre o nosso futuro e de tornar a infindável dívida sustentável.
Temos de inverter a lógica de privatização dos serviços públicos, das concessões de serviços em áreas essenciais da vida do município, como são o abastecimento de água, a remoção dos resíduos sólidos, a recolha e tratamento das águas pluviais, os serviços de limpeza e a gestão do património.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
AL: A CDU é uma força política de reconhecida competência, com provas dadas no concelho de Vila Real de Santo António e em numerosas autarquias do nosso país. Em qualquer circunstância que exerça os seus mandatos, dá sempre um valioso contributo para melhorar as condições de vida das populações. A CDU cumpre, não engana.
Porque estamos para resolver. O único interesse que nos move nesta batalha é a defesa da causa pública, de construir soluções que, ao mesmo tempo que tornam a vida mais agradável aos cidadãos, sejam sustentáveis. Porque queremos ganhar para resolver problemas e não para estarmos apenas sentados na cadeira do poder como facilitadores de negócios, como outros o fazem.
Os candidatos da CDU querem ganhar para resolver. O que está mal pode ser corrigido e o que está bem aperfeiçoado.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
AL: Avaliar a situação financeira, diminuir os prazos de pagamento e liquidar o empréstimo do FAM. Reunir com o Governo e definir a estratégia de aproveitamento local e nacional da marginal do Guadiana. Acompanhar a execução do plano de ordenamento da praia de Monte Gordo. Reparar, com urgência, estradas e caminhos em todas as freguesias, com a participação das próprias Juntas de Freguesia.
Estabelecer contratos programa com os clubes e associações, a Santa Casa da Misericórdia e as IPSS. Definir o papel da SGU no contexto da política municipal e proceder a uma análise rigorosa dos contratos e planos de ordenamento comprometidos. Dar uma nova motivação a todos os trabalhadores da autarquia.
Melhorar o relacionamento institucional com as cidades geminadas, em especial Ayamonte, com melhor aproveitamento de fundos estruturais e novas relações ao serviço dos povos das cidades e vilas envolvidas.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
AL: A primeira medida, e fundamental, é solicitar às autoridades competentes, por um lado, e desencadear internamente, por outro, auditorias económicas e financeiras que identifiquem de forma clara as diversas parcelas da dívida até agora contraída pela autarquia e a respectiva origem. Temos de separar o que foi dívida necessária ao funcionamento do concelho em situação da crise provocada pela chamada da Troika ao nosso país por parte do PS, do PSD e do CDS e os outros danos causados nas finanças do município devido aos gastos exagerados e supérfluos, provocados por opções de grandeza, em especial do PSD nos últimos 12 anos.
A segunda grande prioridade, determinante para a definição participada com os cidadãos, as empresas, as instituições, os organismos da Administração Central e o Governo, é a urgente revisão do Plano Director Municipal, atrasada em mais de uma década, para colocar ponto final no planeamento avulso do PSD.