A CDU lança-se à conquista de melhor resultado no concelho de Loulé nestas eleições, como não poderia deixar de ser.
António Vairinhos Martins é o cabeça-de-lista da coligação de esquerda na candidatura à Câmara louletana e, uma vez mais, o discurso centra-se na transparência e no serviço público desinteressado como pontos de honra das candidaturas desta coligação que concorre a todas as autarquias da região.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
António Vairinhos Martins (AVM): É na qualidade de cidadão, independente, mas comprometido e em sintonia com o lema da CDU (Trabalho, Honestidade e Competência), que me candidato à Câmara Municipal de Loulé.
Faz parte do meu carácter estar sempre ao lado daqueles que necessitam de uma voz activa, dos trabalhadores e cidadãos mais fragilizados, sejam idosos, homens, mulheres ou crianças. Afinal, quantos de nós não pensam desta maneira? Não teremos nós todos um pouco do projecto CDU dentro de nós? Neste sentido, interessa contrariar a espiral de precariedade, do trabalho mal remunerado, da destruição das micro e pequenas empresas, dos serviços públicos, dos amiguismos que servem a autarquia com contratos ruinosos, como consequência das politicas de inspiração neoliberal, centralizadora e inseparável do bipartidarismo instalado neste município. De facto, sou candidato, também porque não esqueço os valores da coligação CDU para a construção da própria democracia e defesa intransigente do Poder Local Democrático.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
AVM: Não há como negar o espectro da sazonalidade como principal entrave ao desenvolvimento económico do Concelho de Loulé. Acresce a precarização do trabalho neste sector, e nos serviços em geral.
Loulé é divulgado através de eventos de grande e visibilidade e importância, é certo, mas sem considerar a salvaguarda e valorização local de politicas desportivo-culturais.
Loulé é também um concelho marcado por sérios contrastes onde coexistem zonas de luxo junto ao litoral com um interior abandonado e esquecido; um verão em que tudo está cheio e um longo e penoso inverno onde muitos são atirados para o desemprego; imensas potencialidades produtivas e um excessivo afunilamento no sector do turismo.
Loulé carece de ordenamento do seu território e de outro apoio às freguesias rurais mais desfavorecidas e esquecidas, e de restituição das que foram extintas.
Por outro lado, a situação das acessibilidades e serviços públicos, com a falta de investimento e degradação crescentes têm prejudicado e muito o concelho e o seu desenvolvimento.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
AVM: Afirmamo-nos como um projecto alternativo e diferente de outras forças políticas, seja pelo exercício de cargos públicos norteado pela recusa de benefícios pessoais, e pela defesa dos serviços públicos, do acesso à saúde, à educação, à cultura, à protecção social, à habitação, à mobilidade. E somos diferentes quando defendemos a melhoria do ambiente e salvaguarda do património natural, a gestão da água enquanto bem público e uma política do uso dos solos determinada pelo interesse público. É essa a marca da CDU em 34 municípios do país, a marca do Trabalho, da Honestidade e da Competência.
Em dezenas de anos, o concelho de Loulé só conheceu a gestão PSD e PS, sendo que os resultados estão à vista. É tempo de Câmara Municipal de Loulé deixar de ser uma conversa a dois. È tempo da CDU fazer ouvir a sua voz.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
AVM: Em primeiro lugar, advogamos a diversificação da actividade económica com o desenvolvimento sustentável da industria transformadora (com destaque para a Cimpor), da industria extractiva (minas do sal), da instalação e manutenção de PME´S – em vez de grandes multinacionais – da agricultura e das pescas. São propostas que, conjuntamente com o sector do turismo cuja importância reconhecemos, e dos serviços em geral, visam combater a sazonalidade.
Promover também uma política cultural e de prática desportiva para todos, através do investimento em infra-estruturas e equipamentos, de reforço de meios humanos e de apoio às colectividades e associações do concelho.
E precisar regras de ordenamento do seu território, de planeamento na recuperação e expansão urbanística, batendo-se igualmente pela melhoria de boas acessibilidades, de cobertura na rede de transportes públicos; e na defesa de um serviço publico de qualidade, nomeadamente, do SNS, em detrimento do fomento dos negócios das clinicas privadas.
P:. As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vençam as eleições, quais serão?
AVM: É urgente dar solução aos problemas relacionados com a urbanização e remodelação habitacional do concelho, do interior ao litoral, nomeadamente, o saneamento básico, a criação de boas acessibilidades e cobertura de redes de transportes públicos, a recuperação e conservação dos edifícios das cooperativas de habitação e respectivas zonas envolventes, e a habitação social. Achamos inadmissível que, em pleno século XXI, tenhamos problemas estruturais deste género no Concelho de Loulé.
A segunda medida está relacionada com a defesa de um serviço público de qualidade, sobretudo com o Serviço Nacional de Saúde em vez de incentivar a criação de clinicas privadas.