O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o cada vez maior assoreamento da barra de Tavira e o ainda sobre o local de despejo das lamas provenientes da dragagem do Rio Gilão.
As perguntas foram feitas foram elaboradas pelos parlamentares João Vasconcelos, Carlos Matias, e Jorge Costa, e dirigidos tanto à ministra do Mar como ao ministro do Ambiente e da Transição Energética tendo incidido na urgência de saber se o Governo vai actuar no sentido de realizar dragagens de fundo envolvendo a barra de Tavira e os canais adjacentes, assim como conhecer qual o plano de dragagens previsto para toda a Ria Formosa.
Para João Vasconcelos, deputado eleito pelo Algarve, “a situação desespera as comunidades piscatórias de Tavira, Santa Luzia e Cabanas, com a barra de Tavira a ser frequentemente encerrada, o que impede a saída de embarcações de pesca, algo que bastante prejudicial a toda a atividade piscatória local, assim como às turístico-marítimas, seja na medida em que coloca em perigo as embarcações, como, mais grave, na segurança das tripulações e dos passageiros”.
Para os deputados bloquistas, “o desassoreamento da barra de Tavira e dos canais de navegação adjacentes – de Santa Luzia e Cabanas – de forma adequada e eficaz, têm vindo a ser sucessivamente adiados pelo Governo o que conduziu a um bloqueio quase total da barra”.
Lamas do Gilão agravam assoreamento da barra
Na mesma iniciativa parlamentar, os parlamentares bloquistas questionaram ainda o executivo liderado por António Costa sobre se irá proceder à correcta “reposição das lamas provenientes das dragagens realizadas no Rio Gilão, em Tavira”.
Estas lamas estão a ser depositadas a menos de uma milha da costa e logo à saída da barra de Tavira, o que, e segundo a Associação de Pescadores e Armadores do Sotavento Algarvio, irá contribuir para o assoreamento futuro da barra. Por outro lado, e ainda segundo este coletivo, as embarcações mais pequenas não poderão pescar nos locais onde foram depositadas as lamas, e trata-se de bons pesqueiros.
Bloco quer problema do assoreamento resolvido
Os deputados bloquistas lembram ao Governo que a Assembleia da República aprovou em Outubro de 2017 a Resolução n.º 239 que recomenda ao Governo que “promova e consequentemente concretize, em conjunto com a comunidade científica, comunidades piscatórias e associações de promoção da segurança no trabalho marítimo, estudos e ações concretas para solucionar, de forma robusta, o problema do assoreamento nos diversos portos de pesca nacionais onde o problema ocorre ciclicamente”, pelo que exigem o seu cumprimento por parte do executivo.