Sebastião Pernes é o nome do homem do leme na candidatura do Bloco de esquerda à Câmara de Vila do Bispo actualmente governada pelo PS.
Uma das principais preocupações desta candidatura é o que classifica de definhamento populacional do concelho.
Ideias para combater e outros problemas do concelho foi o que o candidato bloquista tentou deixar aos eleitores nas respostas que deu às questões que lhe colocámos.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Sebastião Pernes (SP): Uma das razões desta candidatura prende-se com o contexto político local, onde existe apenas alternância das mesmas pessoas, que estão ora no PSD ora no PS, ora juntos, ora separados e zangados, uns mais na sombra, outros mais na ribalta, agora pseudo-independentes envergonhados, apoiados por uma coligação de direita!
O resultado destes jogos de poder estéreis, conjugados com uma falta de visão estratégica para o desenvolvimento do concelho, é que não foram feitos os investimentos estruturantes necessários para a qualidade de vida da população e o futuro do concelho de Vila do Bispo.
Assim o Bloco de Esquerda entendeu ser urgente dar ao eleitorado uma alternativa verdadeira, séria, com pessoas da terra, que têm provas dadas em termos profissionais, e em associações e movimentos cívicos, empenhadas em contribuir com as suas ideias para o futuro sustentável do nosso concelho.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
SP: O maior e mais grave de todos é o lento mas inexorável definhamento populacional do concelho e o seu envelhecimento, que se deve muito à saída dos jovens que não encontram aqui habitação a custos acessíveis para poder constituir família e construir os seus projectos de vida.
A falta de equipamentos fundamentais para a qualidade de vida como habitação social, creches ou espaços multiusos para cultura e desporto é gritante. Não é admissível que Sagres, a vila mais importante em termos de população e da actividade económica, não tenha uma creche ou um pavilhão multiusos!
Outros problemas do concelho são: certas actividades turísticas como o surf ou autocaravanismo selvagem que se tornaram massificadas e descontroladas; os constrangimentos resultantes das intervenções na N125; a falta de condições do porto da Baleeira; o Parque Natural ao abandono mas com regras absurdas e injustas para a população; a ameaça da prospecção de hidrocarbonetos no nosso mar.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
SP: Não é movida por sentimentos de vingança, ódio ou ressabiamento, vontade de protagonismo ou ambição pessoal, como algumas das outras candidaturas… Antes pelo contrário, apenas nos move um sentido de dever cívico de dar o nosso contributo para o futuro do nosso concelho.
A nossa candidatura assenta em grandes princípios tais como a defesa intransigente do interesse público e do bem comum (seja ele a água, o património natural ou cultural), a luta pela justiça social, o combate à discriminação e exclusão social. Queremos mostrar que existe outra forma de estar na política, que é possível conciliar política com ética, de modo a reconciliar os mais novos – sobretudo eles mas não só -, com a política.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
SP: Não se conhecendo de momento as propostas das outras candidaturas, é difícil responder. Apenas posso ter uma ideia sobre as candidaturas do PS e do PSD pelo que fizeram e, acima de tudo, pelo que não fizeram no passado.
Não pode haver investimentos inúteis como a compra do Monte de S. António, ou compra de terrenos que não sirvam para habitação social ou parque industrial, porque mal localizados, como aqueles de Barão de S. Miguel ou Figueira… Não se pode esbanjar o erário público em festas, concertos e apoios a provas desportivas ou telenovelas. A autarquia não pode continuar a ser gerida como se fosse um mero clube recreativo!
O investimento deve ser concentrado em políticas consistentes e eficazes para a juventude poder aqui viver: habitação a custos acessíveis e outros equipamentos sociais, desportivos e culturais para que quem quer aqui residir e trabalhar possa usufruir de uma qualidade de vida digna do nosso tempo.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
SP: Dirigir o investimento disponível prioritariamente : 1 – para construção de habitação social sobre todas a suas formas e modalidades, onde é realmente precisa; 2 – para melhorar as condições de funcionamento das micro e pequenas empresas do concelho e atrair novas, com áreas de localização empresarial, correctamente localizadas, isto é, onde fazem falta!