Onde estão os funcionários públicos? Segundo os dados disponibilizados pelo governo, nunca houve tantos funcionários públicos em Portugal.
Não é que existam muitos funcionários públicos relativamente ao total de população empregada, em comparação com outros países da EU estamos abaixo da média. Talvez por isso faltem funcionários nas repartições de finanças, nos tribunais, nas escolas e hospitais, faltam professores, médicos e enfermeiros, agentes da PSP e GNR. Afinal onde estão os funcionários públicos? Será que estão em casa a receber o ordenado sem fazerem nada? Creio que não, trabalham … e muito.
O dinheiro dos impostos serviu durante muitos anos para outras “coisas” e não para dotar o Estado dos meios para funcionar bem.
Muitos serviços e partes significativas de outros estão informatizados, o que dispensa muitos funcionários, aliás é esse o objectivo da informatização da administração pública. Assim, esperar-se-ia que o Estado tivesse menos funcionários, mas não, estão a aumentar, mas nem por isso são suficientes nem a eficiência melhorou. O cidadão comum não compreende a morosidade dos serviços ao mesmo tempo que se informatiza e aumenta a quantidade de funcionários públicos. De 2014 para 2021 há mais 77.119 funcionários, mas ainda são insuficientes.
Os médicos, enfermeiros e funcionários dos tribunais fazem horas extraordinárias que nem sequer lhes são pagas porque ultrapassam todos os limites legais. Os professores nunca trabalharam tanto, especialmente com os papéis que os burocratas inventam, têm que fazer relatórios que impedem os professores de se dedicarem efectivamente ao ensino.
Creio que não tem sido feito um esforço sério de desburocratização e de desduplicação dos serviços, o que levaria ao menor aumento efectivo de postos de trabalho.
Citando: “Não há maus exércitos, há é maus generais.”
* Licenciado em Economia pelo ISEG – Lisboa
Mestre em Educação de Adultos e Desenvolvimento Comunitário pela U. Sevilha
Professor aposentado