Após quatro dias de detenção em Israel, o regresso a Portugal de Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Diogo Chaves e Miguel Duarte era o momento que as televisões aguardavam no aeroporto de Lisboa. No entanto, enquanto a CNN Portugal transmitia em direto a chegada dos portugueses, o protagonista inesperado acabou por ser o ator e médico José Carlos Pereira, que desembarcou no mesmo local e foi apanhado pelas câmaras, surpreendendo até quem fazia a reportagem.
De acordo com o portal Notícias ao Minuto, o momento rapidamente ficou viral nas redes sociais, depois de o humorista Eduardo Madeira ter partilhado o vídeo do direto na sua página de Instagram.
Um momento ‘insólito’ em direto
“Quando estás à espera da Mariana Mortágua e da Sofia Aparício e sai um José Carlos Pereira”, escreveu Eduardo Madeira na legenda da publicação, acompanhada de um vídeo que mostrava o ator a atravessar o átrio do aeroporto. “Grande José Carlos Pereira”, acrescentou o humorista, numa brincadeira que depressa gerou gargalhadas entre seguidores, colegas e figuras públicas.
Segundo a mesma fonte, o próprio José Carlos Pereira reagiu nos comentários com ironia. “Para minha defesa, eu não tinha mala de porão. Foi por isso que vim à frente. E ainda pensei: o que é que eu fiz desta vez?”, escreveu o ator, entre risos.
Reações nas redes sociais com humor
Escreve a mesma fonte que o episódio não ficou por ali. José Carlos Pereira acabou por partilhar o vídeo na sua própria conta de Instagram, acrescentando a legenda: “já não se pode ir ali gamar umas malas.” A interação entre o ator e o humorista rapidamente se espalhou pelas redes sociais, com inúmeros comentários a destacar o tom leve do momento.
Entretanto, a chegada dos quatro portugueses detidos em Israel manteve-se o foco da cobertura mediática. Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, expressou à chegada o orgulho pela mobilização que o caso gerou em Portugal e em outros países.
“Hoje de manhã, quando saímos da prisão de Israel, não fazíamos ideia do que é que se passava no mundo. Estivemos incontactáveis durante vários dias”, afirmou Mariana Mortágua, citada pelo Notícias ao Minuto. “Poder perceber que a flotilha criou esta mobilização tão grande, que há quem se está a sensibilizar, é o maior orgulho”, conclui.
A dirigente política acrescentou ainda que, durante a detenção, “viram camaradas a ser espancados” e que estiveram “várias horas algemados”, referindo também que foram “provocados por um ministro israelita”.
Diferenças de tratamento e acusações de falsificações
Refere a mesma fonte que Mariana Mortágua sublinhou o contraste no tratamento entre europeus e palestinianos, considerando que “por muito que tenha sido difícil”, a experiência revelou “o grau de impunidade das forças israelitas contra os palestinianos”.
A atriz Sofia Aparício, também detida, relatou que foram obrigados a assinar “dois documentos escritos em hebraico”, mas que “obviamente não assinámos”. Miguel Duarte, por seu turno, afirmou que “viram um soldado israelita com os passaportes a falsificar as assinaturas para mostrar que aceitámos ser intercetados legalmente”.