Há uma nova bebida no mercado que está a deixar os gigantes das bebidas ‘preocupados’. Com um preço exorbitante e um estatuto de luxo, esta bebida tornou-se um verdadeiro fenómeno entre a elite e os ´poderosos’. O seu valor de mercado já ultrapassou marcas icónicas, e muitos acreditam que pode mesmo superar a Coca-Cola. Mas o que torna esta bebida tão especial?
Uma bebida com mais de 400 anos
A Kweichow Moutai, um licor chinês com 53% de teor alcoólico, está a conquistar o mundo das bebidas de luxo, ultrapassando gigantes do setor e tornando-se um verdadeiro símbolo de prestígio na China.
O preço de uma garrafa de 500 ml ultrapassa os 300 euros, mas isso não impede que a procura continue a crescer entre a elite do país.
Este licor tem raízes profundas na história chinesa, sendo produzido há mais de 400 anos na vila de Moutai, na província de Guizhou. O seu método de fabrico mantém-se praticamente inalterado ao longo dos séculos, recorrendo a um processo artesanal que envolve múltiplas fermentações e destilações.
Foi durante o século XX que a bebida ganhou notoriedade política, ao tornar-se a favorita de Mao Tsé-Tung. O líder chinês promoveu o Maotai como a “bebida nacional”, tornando-o um elemento presente em cerimónias oficiais e reuniões diplomáticas de alto nível.
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O licor das elites
Hoje em dia, tal como refere a CNN, o Kweichow Moutai é muito mais do que uma simples bebida alcoólica: representa status, poder e exclusividade. Entre os seus apreciadores encontram-se altos funcionários do Partido Comunista Chinês, empresários influentes e figuras da elite financeira.
O licor tornou-se também um presente habitual nas relações institucionais e empresariais, sendo frequentemente oferecido em eventos de prestígio e negociações importantes. No entanto, esta popularidade também gerou polémicas, com casos de corrupção associados à sua distribuição e consumo.
Para além da marca principal, a empresa também comercializa a linha Xi Jiu, que tem vindo a ganhar espaço, especialmente entre os seguidores do presidente Xi Jinping. Esta associação política reforça ainda mais o estatuto da bebida no seio do poder chinês.
Um império em crescimento
Apesar das controvérsias, a Kweichow Moutai continua a prosperar financeiramente. Para 2025, a empresa estima uma faturação superior a 22 mil milhões de euros, consolidando a sua posição como a maior fabricante de bebidas alcoólicas do mundo.
Desde a sua entrada em bolsa, em 2001, o valor das ações da empresa disparou mais de 24.000%, colocando-a numa posição de destaque no setor financeiro global. Atualmente, a sua capitalização de mercado já ultrapassou os 278 mil milhões de euros.
Este crescimento coloca a marca num patamar superior ao de gigantes como a Pepsi e aproxima-se cada vez mais da Coca-Cola, a eterna referência no setor das bebidas. Caso a tendência se mantenha, a Kweichow Moutai poderá tornar-se a empresa de bebidas mais valiosa do mundo.
Um desafio ao Ocidente?
Apesar do seu sucesso na China, a expansão global do Maotai enfrenta desafios significativos. O licor tem um sabor intenso e peculiar, pouco familiar ao paladar ocidental, o que pode dificultar a sua aceitação em mercados internacionais.
Além disso, a forte ligação ao contexto político chinês pode gerar desconfiança em algumas regiões, especialmente num momento em que as tensões entre a China e o Ocidente se intensificam em várias frentes económicas e diplomáticas.
No entanto, os especialistas acreditam que, mesmo sem uma adoção massiva fora da Ásia, o Kweichow Moutai tem um mercado interno suficientemente robusto para garantir o seu crescimento contínuo. Com o aumento da riqueza na China e o reforço do consumo de produtos de luxo, o licor tem tudo para continuar a bater recordes financeiros.
Se a tendência se confirmar, o mundo poderá assistir a uma revolução no setor das bebidas, com um licor chinês a destronar a histórica liderança da Coca-Cola. E, pelos vistos, a elite chinesa já escolheu o seu favorito.
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