No espaço de cinco anos, 20% a 30% dos prédios para habitação mudaram de dono em 30 concelhos do país. No Algarve, é no concelho de Alcoutim onde estão concentradas as casas de mais baixo valor – 96% estão avaliadas muito abaixo dos 50 mil euros.
Em Loulé, foram vendidos a uma média de 264 mil euros. Em Castro Marim e Lagos, entre 202 e 201 mil euros. Já em Lagoa, Albufeira e Vila do Bispo, oscilaram entre os 187 mil e os 173 mil euros em termos médios, segundo dados fornecidos ao Expresso pela Confidencial Imobiliário.
Nas Finanças, contudo, os valores fiscais pelos quais as casas estão registadas estão muito distantes. Em Loulé, valem 117 mil euros, o valor médio mais alto do Algarve. Em Lagos e Lagoa, entre 104 e 101 mil euros.
Calculando as diferenças, Castro Marim é onde o valor patrimonial está mais distante do valor de mercado — em média, as casas estão no Fisco por 34% do valor médio das transações nos últimos cinco anos. Tavira e São Brás de Alportel seguem-se na lista, com os imóveis a valerem 38%, seguido por Olhão (39%). Já Portimão, é onde o valor patrimonial está menos distante do valor de mercado (61%).
Nos quadros que lhe deixamos, encontrará o valor comercial dos imóveis, correspondente ao valor médio dos negócios feitos nos últimos cinco anos (2017 a 2021) por concelho; o valor patrimonial, que corresponde ao valor médio pelo qual os prédios estão registados nas Finanças, em cada concelho; e o peso do valor fiscal no valor de mercado, para expressar a desproporção de preços entre as duas realidades.