A notícia foi avançada pelo Expresso que salienta que “a ideia é colocar aqueles que fogem da guerra a trabalhar na hotelaria da região, oferecendo condições para que estes possam viver em Portugal”.
Segundo explica ao Expresso João Fernandes, presidente da RTA, “na semana passada fomos contactados pela diretora do Centro Distrital da Segurança Social, Margarida Flores, para saber qual a nossa capacidade para receber refugiados da Ucrânia”.
João Fernades diz que a RTA já contactou diversos grupos hoteleiros algarvios “e todos responderam afirmativamente”. Além do emprego, “os grandes grupos têm capacidade para alojar os funcionários, o que permite, também, resolver o problema da habitação”.
Segundo foi dito ao Expresso, “o processo inclui o IEFP, que ajudará a regularizar a situações dos refugiados em Portugal. E ainda o IPDJ, no sentido de apoiar aqueles que venham com crianças, através da criação de atividades para as ocupar enquanto os pais trabalham”.
Recorde-se que foi criada em Portugal uma plataforma para reunir ofertas de trabalho de empresas para refugiados ucranianos e que já recolheu mais de duas mil destas ofertas, disse esta terça-feira a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O Governo aprovou esta semana um mecanismo simplificado para a obtenção de proteção temporária por parte de refugiados ucranianos, prevendo que os cidadãos que cheguem a Portugal tenham a garantia de ficar em situação regular, sendo-lhes atribuído de forma automática número de identificação fiscal (NIF), número de identificação da Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional e Saúde (SNS).
Guerra suspende operação para trazer turistas para o Algarve
O Algarve previa avançar no próximo verão com a primeira grande operação para trazer turistas da Ucrânia, ação que acabou por ficar descartada devido à situação de guerra vivida neste país, onde o espaço aéreo está fechado e os voos civis foram cancelados.
“Estávamos a começar a explorar as primeiras ligações para o verão, tínhamos a proposta de um operador turístico da Ucrânia, que estavamos a analisar”, adianta João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA).
A proposta que estava à mesa no Turismo do Algarve incluia voos entre Faro e Kiev, nos meses de julho, agosto e setembro, do operador ucraniano Sky Up.
A proposta da operação turística de Kiev para Faro nos três meses de pico de verão não foi totalmente posta de lado, “e seria muito bom que ainda se pudesse vir a concretizar, era sinal que a Ucrânia estava em paz”, faz notar o responsável da região de turismo. Era a primeira vez que a região pre-parava uma operação turística de escala tendo como alvo o mercado da Ucrânia. “Mas temos uma comunida-de de ucranianos residentes cá, e que também procuram o Algarve para turismo”, faz notar João Fernandes. Sobre os efeitos nos hotéis da região face à guerra que se vive na Ucrânia, com consequências ainda imprevisí-veis para toda a Europa, o presidente da Região de Turismo do Algarve diz não se sentirem ainda cancelamentos significativos de reservas, mas prolon-gandose a situação de conflito “haverá seguramente, não sabemos é qual o impacto que pode ter”. Recorde-se que o Algarve tinha for-tes perspetivas de recuperação para a época alta em 2019, em que os países de forma generalizada, e sobretudo na Europa, estão a levantar restrições às viagens associadas à pandemia de covid-19. Já na Madeira, previam-se até outubro voos diretos ligando o Funchal e Kiev e Moscovo, numa operação destinada a trazer à região 14 mil turistas, que acabou por ficar em xeque. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, ga-rantiu estar a fazer todos os esforços, junto de embaixadas e consulados, para dar solução aos cerca de 200 tu-ristas ucranianos e russos que estão na região e deveriam regressar no pró-ximo sábado, e que até se encontram com as contas bancárias retidas.