Nos últimos anos milhares de investidores acumularam fortunas instantâneas com o negócio dos criptoativos mas Sam Bankman-Fried tem uma particularidade: só quer ficar com 1% de todo o dinheiro que fizer. O resto é para doar.
Esta espécie de Robin Hood do universo dos criptoativos tem apenas 30 anos e é fundador da corretora de cripotomoedas FTX. Até agora, segundo a Bloomberg, já terá acumulado 20 mil milhões de dólares, mas não quer ficar com o dinheiro todo. Com formação no prestigiado MIT (Massachusetts Institute of Technology), diz querer aplicar ao dinheiro uma filosofia de vida que aprendeu na faculdade: o “altruísmo eficaz”, que se socorre de modelos matemáticos para determinar como as pessoas podem fazer o melhor com seu dinheiro e tempo.
A Bloomberg, a quem Bankman-Fried abriu as portas para uma reportagem, diz que ele vive de forma despojada. Dorme o mínimo necessário – considera que dormir é um desperdício de dinheiro -, dá conferências para congressistas e altos quadros das finanças enquanto está a jogar no computador, e conduz um Toyota Corola.
O seu objetivo de vida é ganhar o máximo de dinheiro possível, para doar. Não querendo virar eremita, o seu plano é manter anualmente, para si, 1% do que ganhar. Estes 1%, que o jovem empresário traduz em cerca de 100 mil dólares, são um valor suficiente para levar uma vida com comodidade. Até porque, aos 30 anos, já terá concluído que “rapidamente ficamos sem formas eficazes de nos tornarmos felizes gastando dinheiro”. “E eu não quero um iate”, explicou durante a conversa com o jornalista da Bloomberg.
A filosofia de vida não será nova. Depois de ter acabado o curso, Bankman-Fried terá trabalhado em Wall Street, durante três anos, e, durante o período, terá doado metade do salário para a causa do bem-estar animal.
Por esta altura, o jovem empresário vive em Nassau, a capital das Bahamas, onde a sua empresa, a FTX , planeia construir um complexo para mil trabalhadores virado para o mar.
O facto de querer doar boa parte do seu dinheiro, não significa que não queira continuar a acumulá-lo. Segundo a Bloomberg, a FTX é a terceira corretora de criptomoedas em volume, mas gere diariamente transações no valor de 15 mil milhões de dólares. O objetivo do empresário é expandir o negócio, passando a negociar futuros, swaps e opções de criptomoedas, e tomar o lugar da chinesa Binance, que será a maior corretora do mundo na área dos criptoativos. Mas a ambição não fica por aqui. “Idealmente, eu gostaria que a FTX se tornasse a maior fonte de transações financeiras do mundo”, assume.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL