A prestação do crédito à habitação pode aumentar mais de 200 euros já a partir do próximo ano. Pelas contas da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), é esse o resultado da subida das taxas de juro.
Em terreno negativo desde novembro de 2015, a Euribor a seis meses começou a subir no início do ano e e atingiu agora, pela primeira vez em sete anos, valores positivos.
Na antena da SIC, a analista de mercados, Catarina Castro, fala no “início de um novo paradigma (…) que começou a ser testado no início do ano e que só se veio agravar com este conflito geopolítico”, a guerra na Ucrânia.
A taxa a seis meses é a mais utilizada em Portugal no crédito à habitação e a tendência é para que continue a subir. Agora está perto dos 0,01% e segundo as previsões pode chegar aos 2% no verão do próximo ano.
“No caso de um financiamento de 200 mil euros, se a Euribor atingir 1%, estamos a falar de mais 110 euros por mês. Se atingir os 2%, estamos a falar de mais 200 euros todos os meses. Para ter uma ideia, uma prestação de 630 euros passa para 840 euros. É um valor muito significativo“, avisa Nuno rico, economista da DECO.
A questão não se coloca para quem tem taxa fixa, mas mais de 93% dos créditos à habitação em Portugal são de taxa variável.
E se nos novos empréstimos, o aumento é imediato, nos outros, depende. Mas ninguém escapa. “Cada vez que o indexante for revisto, neste caso dependendo da maturidade do mesmo, de três em três, de seis em seis ou de 12 em 12, vai começar a penalizar as famílias“, prevê o economista da DECO.
A Euribor depende da taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE), que já anunciou que vai ter de subir os juros para controlar a inflação. O que não sabe ainda quando o vai fazer e quantas vezes.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL