O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, considera que Portugal está bem posicionado para se tornar líder no mundo no turismo sustentável, “ligado ao oceano, à natureza, ou ao património”, segundo afirmou durante uma conferência que decorreu na escola de negócios Nova SBE sobre “Líderes do Turismo”.
“Estamos a viver uma nova era geopolítica, com a agressão brutal da Rússia à Ucrânia, temos uma crise económica com esta guerra na Europa”, mas “por paradoxal que pareça pode ter um impacto positivo, porque nós somos um país seguro, até pela posição geográfica”, salientou Costa Silva.
Também a nível da crise energética gerada com o conflito “Portugal tem um potencial imenso”, e muitas empresas externas “têm-nos procurado no Ministério para desenvolverem energia no oceano, pois o mar é de facto uma fábrica escondida de energia”, adiantou.
O Banco de Portugal já avançou previsões de que o turismo possa atingir este ano receitas de 16 mil milhões de euros, mas o ministro da Economia disse acreditar que as receitas podem chegar “aos 18 mil ou 19 mil milhões”.
Prevendo que nos próximos anos o turismo português se torne numa “indústria ainda mais pujante, com uma oferta diversificada a nível de turismo oceânico, turismo termal, ou turismo de saúde”, António Costa Silva frisou que o grande desafio futuro é combater a crise climática, o que irá trazer transformações ao sector.
“Cada empresa terá de ter uma espécie de licença ambiental para operar, senão dificilmente conseguirá mobilizar clientes”, exemplificou.
A sustentabilidade, a par da digitalização, é um dos principais desafios que se coloca ao turismo, e “as empresas que hoje são grandes, se não se adaptarem à mudança, poderão não o ser amanhã”, advertiu Costa Silva, frisando acreditar no potencial da “nossa indústria de turismo, que é muito versátil, e puxa por outras atividades.
“Portugal é um dos paraísos da biodiversidade no planeta”, e nos próximos anos “vejo um sector muito pujante, líder no mundo em sustentabilidade, temos que ser líderes no mundo em turismo sustentável”, exortou.
O ministro da Economia e do Mar lembrou ainda que “no auge da pandemia” Portugal foi pioneiro a lançar no turismo o selo Clean & Safe, “e também queremos que seja o primeiro país do mundo a criar um selo ESG” – sigla de Environmental (Ambiente), Social Responsability e Governance (governo das sociedades)”.
“A economia portuguesa continua a ter o turismo como um dos seus motores, mas precisamos de outros motores”, concluiu o ministro, frisando que também para as indústrias eletrónica ou de metalomecânica se prevê um crescimento acelerado no país.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL