Um estudo conduzido pela Bayes Business School, em Londres, revelou que o design dos carrinhos de supermercado pode aumentar os gastos dos clientes em até 25%. A investigação focou-se num novo modelo de carrinho, onde as barras horizontais foram substituídas por anéis laterais, que ativam os músculos dos bíceps ao serem usados. Segundo os especialistas, este pequeno detalhe afeta de forma inconsciente o comportamento de consumo, levando os clientes a comprar mais. Neste artigo, vamos falar-lhe não só desta técnica, mas de outras técnicas que as cadeias de supermercados usam para fazer o cliente gastar mais dinheiro.
Os dados mostram que os clientes que utilizam os carrinhos tradicionais gastam, em média, 26 euros. Por outro lado, aqueles que experimentaram o carrinho com anéis laterais gastaram, em média, mais 8,25 euros por compra. Embora esta relação possa parecer pouco óbvia, os resultados dos testes realizados confirmam a eficácia do design no aumento do consumo.
Mas os carrinhos são apenas uma peça do puzzle. Em seguida, dar-lhe-emos a conhecer mais técnicas muitíssimo usadas pelas cadeias de supermercados que, talvez até hoje, pode nunca ter reparado, a não ser que já tenha trabalhado num supermercado e, consequentemente, ter sido sido instruído a fazê-lo dessa forma.
Os supermercados utilizam várias estratégias para maximizar as vendas. Uma delas é a organização dos produtos nas prateleiras. Os artigos com maior margem de lucro são colocados à altura dos olhos ou ao nível do tronco, facilitando a sua visualização. Já os produtos menos lucrativos costumam ser posicionados em prateleiras mais altas ou mais baixas, obrigando os clientes a agachar-se ou a esticar-se para os alcançar.
Outro truque é a disposição estratégica de produtos destinados às crianças. Nas secções de snacks e doces, os artigos infantis são colocados em prateleiras inferiores, ao alcance da visão dos mais novos. As embalagens, frequentemente decoradas com personagens populares, são projetadas para chamar a atenção das crianças, influenciando os pais a adicioná-los ao carrinho.
Além disso, estratégias psicológicas como os preços terminados em “,99” também desempenham um papel importante. Este método, conhecido como “preço psicológico”, leva o consumidor a interpretar 1,99 euros como “1 euro” em vez de “quase 2 euros”, como avança a Marketeer.
As promoções 3×2 são outro exemplo comum. Embora apresentem um desconto atrativo, muitas vezes estão associadas a produtos perto do fim da validade ou com excesso de stock. Assim, o verdadeiro benefício recai mais no retalhista do que no cliente.
Nos últimos anos, grandes cadeias de supermercados têm refinado estas táticas para levar as pessoas a gastar mais dinheiro, apoiando-se em avanços na neurociência e na análise de comportamentos de consumo. O objetivo é criar uma experiência de compra mais envolvente, ao mesmo tempo que aumentam as vendas, explorando decisões inconscientes dos clientes.
Na próxima visita ao supermercado, esteja atento a estas estratégias. Reconhecê-las pode ajudá-lo a fazer escolhas mais informadas e a evitar gastos desnecessários. Afinal, o conhecimento é a melhor ferramenta para um consumo consciente.
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