O primeiro-ministro, António Costa, manteve a sua promessa de aumentar os salários médios nos próximos anos e sublinhou a necessidade de o fazer nas camadas mais jovens, por forma a fixar talento em Portugal. Esta posição foi transmitida por António Costa no debate sobre política geral na Assembleia da República, em resposta ao deputado social-democrata Paulo Mota Pinto e ao deputado do Chega André Ventura.
O deputado social-democrata questionou o primeiro-ministro quanto às últimas declarações relacionadas com o “aumento histórico” das pensões e salários. “É um aumento nominal ou real?”, perguntou.
Neste sentido, António Costa manteve a sua promessa, redirecionando o deputado para o programa do Governo. “O programa do Governo fixa um objetivo que é o peso dos salários no PIB convergir com a média europeia. O nosso peso é 45% e a meta é chegar aos 48% (a média europeia). Temos de ter uma evolução do salário médio”, afirmou.
“Tem noção do que está a pedir aos empresários?”, questionou o deputado do PSD, em resposta ao primeiro-ministro. “Porque não dá o exemplo com a função pública?”, acrescentou.
E Costa voltou com a resposta pronta, apontando para o acordo de competitividade e rendimentos, com o qual “todos os parceiros sociais estão de acordo”, e para a reposição de vencimentos cortados na função pública, bem como o descongelamento de carreiras. “Foi assim que fizemos e é assim que continuaremos a fazer.”
Já em resposta a André Ventura – que referiu o estudo da Fundação José Neves que mostra que os salários caíram numa década, especialmente entre aqueles que têm ensino superior -, o primeiro-ministro disse que “o estudo mostra que as prioridades do Governo estão certas”.
“Temos de aumentar o rendimento disponível dos jovens”, afirmou António Costa.
Para tal é preciso que as empresas sejam competitivas, pois “as empresas que não forem competitivas a contratar esses jovens, também não serão competitivas a vender”, daí a importância do acordo de competitividade e rendimento, de acordo com o líder do executivo.
“O enorme desafio que a sociedade tem é fixar o talento que formou nos últimos anos“, concluiu.
COSTA APONTA REDUÇÃO DE 10% DO CUSTO GROSSISTA DA ELETRICIDADE NA ÚLTIMA SEMANA
O primeiro-ministro também falou no Parlamento dos custos da energia. O mecanismo de limitação de custos no mercado ibérico de eletricidade (Mibel) ajudou a baixar os preços de referência, disse António Costa. “Ao longo desta semana houve uma redução média de 10% do custo, com uma média de poupança de 26 euros megawatt hora [MWh]”, revelou.
“É através desta via que podemos controlar a subida dos preços”, afirmou o primeiro-ministro.
O mecanismo temporário na Península Ibérica para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 50 euros por MWh, foi aprovado no início do mês por Bruxelas. A medida foi solicitada por Portugal e Espanha devido à crise energética e à guerra na Ucrânia, que pressionou ainda mais este mercado.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL