A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou recentemente uma tabela onde são apresentados os salários médios anuais em vários países do mundo. Na respetiva tabela podemos verificar que o nosso país tem uma diferença abismal de outros países europeus.
A diferença é ainda mais significativa quando entramos em comparações com os países nórdicos e do centro da Europa. No entanto, isso já não é grande novidade. O que surpreende mesmo é que o salário médio em Portugal seja inferior ao da Polónia, por exemplo. Também no que respeita a comparações com o nosso país vizinho, o nosso salário médio é inferior em mais de 25 por cento.
Ainda segundo os dados da organização, citados pela DECO PROTeste, a progressão relativa também não tem bons indicadores, estando nos 60% em relação à média da OCDE. Tendo em conta que no ano 2000 estava nos 68%, concluímos que Portugal progrediu menos do que os restantes países. Naquele ano, o nosso país tinha 11 países atrás no que respeita a salários médios, enquanto em 2022 tinha apenas 5.
A única notícia mais animadora é que, nestes últimos 20 anos, a nossa evolução foi um pouco superior quando comparada com a de Espanha, uma vez que no início do século o salário médio nacional correspondia a 72% do espanhol e, atualmente, está nos 74%.
Mas como podemos melhorar os nossos salários médios? Esta é uma pergunta essencial, sobretudo num momento que antecede as próximas eleições legislativas e em que o tema do valor deste salário tem sido colocado em cima da mesa. Como pode ler-se no artigo publicado pela DECO PROTeste, é apenas uma questão de produtividade.
Só com uma aposta nítida no aumento da quantidade e qualidade dos fatores de produção, ou seja, trabalho e capital, será possível gerar salários mais altos. No entanto, há que ter também em atenção os níveis de desigualdade, visto que pode haver grandes diferenças entre os valores dos salários mais elevados e dos mais baixos.
Veja agora a tabela da OCDE, com os valores dos salários médios anuais em euros, tendo em conta a paridade do poder de compra:
- Estados Unidos da América: 72,816€
- Suíça: 68,613€
- Austrália: 55,843€
- Alemanha: 55,404€
- Reino Unido: 50,746€
- Noruega: 50,531€
- OCDE: 50,211€
- Espanha: 40,288€
- Polónia: 34,683€
- Portugal: 30,006€
- Grécia: 24,420€
- México: 15,684€
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