A chegada do euro a Portugal, em 2002, marcou uma mudança significativa na economia do país e no dia a dia dos seus habitantes. Num processo de transição que envolveu desafios e adaptações, os preços dos produtos e serviços foram diretamente afetados, deixando muitos portugueses a recordar com saudade os tempos do escudo.
O euro entrou em circulação em Portugal com uma taxa de câmbio inicial que desfavorecia os consumidores: 1 euro equivalia a 200,482 escudos, como nos relembra o Executive Digest. Esta conversão desvantajosa resultou numa rápida perda de poder de compra para os portugueses, que viram os preços subirem abruptamente em muitos setores.
Um exemplo emblemático deste fenómeno foi o preço do café, que passou de 50 escudos para 50 cêntimos (ou 100 escudos), adotando a prática dos “preços convenientes” que terminavam em zero. Esta mudança refletiu-se em diversas outras despesas diárias, como transportes públicos, cinema, refeições em restaurantes, litro de gasolina e até mesmo no preço dos maços de tabaco.
Por exemplo, em 2002, um bilhete de metro custava apenas 100 escudos (50 cêntimos), enquanto hoje ultrapassa os 1,80 euros (360 escudos). O preço de um bilhete de cinema aumentou de 700 escudos para mais de 7 euros (1400 escudos), e uma refeição completa num restaurante que custava em média 1800 escudos (9 euros) hoje pode facilmente ultrapassar os 15 euros (3 mil escudos).
Além disso, o preço da gasolina subiu consideravelmente, passando de 172 escudos por litro (0,86 euros) para 1,643 euros por litro (330 escudos) no início deste ano. Até mesmo o preço do tabaco aumentou, com um maço que custava 370 escudos (1,85 euros) em 2002, agora ultrapassando os 5 euros (mais de mil escudos).
Estas mudanças significativas nos preços refletem não apenas a introdução de uma nova moeda, mas também os desafios e ajustes necessários para a economia portuguesa se adaptar ao euro. Ao longo das últimas duas décadas, os consumidores portugueses têm testemunhado uma evolução nos preços do euro que os leva a recordar com nostalgia os tempos do escudo, quando o custo de vida era significativamente mais baixo.
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