No primeiro dos últimos 90 encontros da I Liga, o médio marcou, aos 49 minutos, colocando o Portimonense a vencer em casa, com um grande remate de fora da área.
Os festejos do golo, contudo, ‘furaram’ as recomendações das autoridades de saúde, com todos os jogadores do conjunto algarvio a abraçarem-se.
Suspensa desde o ‘longínquo’ dia de 08 de março, a I Liga portuguesa foi hoje retomada, seguindo um exigente protocolo sanitário, com imagens inéditas no futebol português: treinadores (e suplentes) de máscara, ausência de cumprimentos entre os jogadores – e alguma hesitação nos protagonistas, confrontados com a ‘nova normalidade’ – e um minuto de silêncio, cumprido em rigoroso distanciamento, num círculo no centro do relvado, em memória das vítimas da covid-19.
Desse já distante dia 08 de março, os adeptos do futebol, ‘excluídos’ do regresso do campeonato, recordarão um domingo ‘cheio’, com cinco jogos, entre os quais a vitória caseira do Sporting na receção ao lanterna-vermelha Desportivo das Aves, por 2-0, na estreia de Rúben Amorim,
Mas foi o triunfo do Vitória de Guimarães em Paços de Ferreira, por 2-1, o derradeiro encontro antes da interrupção devido à pandemia de covid-19, tendo o médio português João Carlos Teixeira sido o último jogador a marcar um golo, aos 66 minutos desse encontro, naquele que foi o seu segundo no jogo.
Dois dias depois, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu que os jogos da 25.ª jornada, prevista entre 13 e 15 de março, seriam disputados à porta fechada. Nessa altura, Portugal registava 41 casos de infeção.
No entanto, em 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença provocada pelo novo coronavírus como pandemia e, logo no dia seguinte, a competição foi suspensa por tempo indeterminado, quando Portugal contava 78 infetados e nenhuma vítima mortal.
O desporto parou e cumpriu quarentena. Os jogadores, remetidos às suas casas, realizaram treinos limitados à manutenção da condição física, sempre na perspetiva de concluir a temporada, algo que pareceu ficar mais viável quando o primeiro-ministro, António Costa, se reuniu com os presidentes de FPF, Liga, Benfica, FC Porto e Sporting, em 28 de abril.
Nesse mesmo dia, António Costa condicionou o regresso do futebol aos fundamentos técnicos de saúde e, dois dias depois, deu ‘luz verde’ à conclusão do campeonato e à disputa da Taça de Portugal, mediante a aprovação de um plano sanitário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O Governo decidiu permitir a retoma da I Liga no fim de semana de 30 e 31 de maio, mas a Liga de clubes apontou o regresso para 04 de junho. Acabaria por antecipar a data do arranque, depois de aprovados 16 dos 18 recintos dos clubes da competição e da Cidade do Futebol, casa emprestada para Belenenses SAD e Santa Clara.
Os 90 últimos jogos da I Liga, entre os quais os ‘quentes’ FC Porto-Sporting, em 15 de julho, e Benfica-Sporting, na última jornada, vão ser disputados numa ‘maratona’ praticamente diária até 26 de julho.
Após esse dia vai ser disputada a final da Taça de Portugal, igualmente à porta fechada, em local e data a designar.