O Sporting venceu hoje em casa do Portimonense, por 1-0, em jogo da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, e aproximou-se provisoriamente dos lugares de qualificação para a Liga dos Campeões.
Já depois de Pedro Gonçalves ter desperdiçado um penálti, aos 42 minutos, Paulinho deu, aos 77, o triunfo ao Sporting, quarto classificado, que, com a terceira vitória seguida, passou a somar 47 pontos, colocando-se provisoriamente a dois pontos do Sporting de Braga (terceiro) e a quatro do FC Porto (segundo), que têm menos um jogo.
O Portimonense, que não perdia em casa há três jogos, mantém-se com 26 pontos, na 12ª posição, 10 acima do 16.º posto, de acesso ao play-off de manutenção.
Sporting desperdiçou muito até Paulinho sair do banco para decidir jogo em Portimão
Os ‘leões’ dominaram, mas, numa noite de muito desperdício, Pedro Gonçalves falhou uma grande penalidade (42) e atirou aos ‘ferros’ (65), acabando por redimir-se com a assistência para a finalização certeira do avançado português, que colocou justiça no marcador dois minutos depois de ter sido aposta de Rúben Amorim (77).
Na corrida aos lugares de ‘Champions’, o Sporting, quarto classificado, com 47 pontos, reduziu distâncias, à condição, para FC Porto, segundo classificado (51), que entra em ação ainda hoje (20:30) no terreno do Desportivo de Chaves, e Sporting de Braga, terceiro (49), que no domingo recebe o Rio Ave.
A equipa de Paulo Sérgio – que, como treinador, nunca venceu o Sporting, somando hoje a 11.ª derrota em 14 jogos – ocupa provisoriamente o 12.º lugar, com 26 pontos.
No Sporting, posicionado no habitual ‘3-4-3’, com Pedro Gonçalves no trio de ataque, Rúben Amorim mudou cinco peças (Diomandé, Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio, Ugarte e Chermiti voltaram à titularidade) em relação à vitória caseira sobre o Estoril Praia (2-0).
Já no Portimonense registaram-se três novidades face à derrota em Famalicão (1-0), num ‘onze’ que partia de uma base de ‘4-3-3’ para, em missão defensiva, se moldar quase sempre num ‘6-3-1’: os centrais habitualmente titulares ao longo da época, Pedrão e Relvas, foram hoje laterais, enquanto os extremos Seck e Ouattara recuavam para a marcação aos laterais adversários.
Com as escolhas iniciais, o padrão de jogo parecia definido e o Sporting assumiu a posse de bola praticamente desde o apito inicial, ainda que, além de um par de ‘tiros’ de longe para fora, tenha demorado um quarto de hora a criar o primeiro lance de relativo perigo.
Na sequência de um canto, num lance confuso, Nakamura voou para evitar a primeira tentativa de Pedro Gonçalves e, na recarga, Morita viu Pedrão cortar a bola ’em cima’ da linha de baliza (17).
O Sporting controlava a seu bel-prazer, com Pedro Gonçalves (28) e Marcus Edwards (32) a desperdiçarem lances claros de perigo, perante um Portimonense inexistente do meio-campo para a frente e em que só Maurício ameaçou, num livre frontal ao lado (34).
Aos 39 minutos, Ouattara cometeu grande penalidade sobre Nuno Santos – confirmada pelo videoárbitro, pois Gustavo Correia tinha assinalado falta fora da área -, mas Pedro Gonçalves desperdiçou o ‘castigo máximo’ com um remate muito por cima da trave (42).
Na segunda parte, que arrancou com um corte defeituoso de Park Ji-soo para a barra da baliza algarvia (47), o ascendente ‘leonino’ acentuou-se, as ocasiões surgiam sucessivamente, porém, a ineficácia na finalização mantinha o ‘nulo’ no marcador.
Nakamura evitou o golo de forma brilhante três vezes, em remates de Pedro Gonçalves (51 e 72) e Ricardo Esgaio (63), com o médio a manter a ‘maré’ de azar ao acertar no poste (65).
Até que Rúben Amorim apostou em Paulinho, Pedro Gonçalves recuou para o lugar de Ugarte e, depois de muito falhar, redimiu-se com o passe para o golo do avançado, que ’emendou’ com o pé esquerdo, nas costas da defesa algarvia (77).
Em desvantagem, Paulo Sérgio colocou em campo as ‘peças’ ofensivas que tinha no banco: o tempo de jogo parecia já escasso para a resposta, mas Pedrão (87) e Yony González (90) ainda ameaçaram, obrigando Adán a duas excelentes defesas.
Declarações dos treinadores
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Quando se faz uma análise a um confronto destes, estão duas realidades completamente distintas uma perante a outra. Aquilo que prometemos, cumprimos. Disse aqui ontem [seta-feira] que ia ser difícil para nós, mas também ia ser difícil para o Sporting. E nós cumprimos.
Sofremos um golo num passe fantástico do ‘Pote’ e numa finalização fantástica do Paulinho. Não tenho, no lance, um grande erro a apontar à minha defesa. Pormenores fantásticos, quer o passe quer a desmarcação. Claro que poderíamos ter feito melhor, mas acho que a equipa, pelo jogo que fez, não merece que lhe faça essa crítica.
A equipa competiu, de princípio ao fim, teve as suas chances para empatar o jogo e, portanto, só tenho de dar os parabéns aos jogadores. E se o [Rúben] Amorim diz que dominou e teve mais bola, acho que é natural em função das duas realidades distintas, a que ele representa e a que eu represento.
Acho que fomos muito competentes na maior parte do tempo, não envergonhámos ninguém e até podíamos, na parte final do jogo, ter empatado a partida.
O plano, quando se joga contra estas equipas, tem sempre uma incidência muito grande em como pará-los. A qualidade é distinta, pela grande categoria do Sporting. Arranjámos antídoto para pará-los e visava sair e explorar as transições.
Não fomos muito eficazes, no primeiro tempo, nessa matéria. Por não estar tão satisfeito, inverti o triângulo de meio-campo para começar a ter outro tipo de acutilância com bola.
Se eu queria mais? Queria. Mas a defesa do Sporting, muito sólida, uma linha de três sempre de frente para o jogo, também dificulta imenso essas transições, a qualidade dos seus jogadores e os quilómetros que fazem, quer Ugarte quer Morita, ‘matam’ muita transição.
Nós competimos, estávamos dentro do jogo, à espera do nosso momento, e surgiu o golo. Tivemos de nos chegar mais à frente, num momento diferente do jogo, em que o Sporting baixa mais as suas linhas, porque sabe que tem uma vantagem para guardar. Isso também nos permitiu criar o perigo que criámos na parte final.”
– Rúben Amorim (treinador do Sporting): “[O triunfo] é um fator importante na preparação para o Arsenal.
Mas hoje, em relação à 100.ª vitória [como treinador do Sporting], acima de tudo fico satisfeito. Não queria um jogo mais calmo, o que eu queria é que a equipa jogasse da forma que consegue jogar.
E hoje foi claramente superior ao adversário, jogou bem, atacou bem, defendeu bem, tirando os últimos momentos do jogo, o que é normal, porque queríamos segurar a vitória.
Criámos muitas ocasiões e não deixámos o Portimonense criar muitas ocasiões. O que gosto mais dos jogos é isso, é ver a minha equipa jogar ao nível do que ela consegue.
Obviamente, devíamos ter feito mais golos, mas foi uma vitória justa de uma equipa que acreditou sempre. E isso é um fator muito importante na nossa equipa.
Importante também foi não sofrer golos outra vez. E para além disso, não é só não sofrer golos, é não deixar o Portimonense criar ocasiões. Tirando no fim, controlámos sempre muito bem o jogo.
Assim que o Paulinho entrou, faz o movimento, ele e o Chermiti na área e há a situação do golo. Nós sempre soubemos que eles podem jogar juntos, mas nós vamos trocar os jogadores consoante as características do jogo. Quando for preciso, estarão os dois na área, quando não for preciso, jogará um e já tivemos [jogos] esta época em que não jogou nenhum deles. É bom ter alternativas para mudar as referências ao adversário.”
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Sporting, 0-1
Ao intervalo: 0-0
Marcadores:
0-1, Paulinho, 77 minutos.
Equipas:
– Portimonense: Nakamura, Pedrão, Lucas Alves, Park Ji-soo, Filipe Relvas, Pedro Sá (Diaby, 46), Lucas Ventura (Yony González, 75), Maurício, Ouattara (Rui Gomes, 83), Seck (Ricardo Matos, 83) e Welinton Júnior.
(Suplentes: Matheus Nogueira, Yony González, Ricardo Matos, Diaby, Paulo Estrela, Alemão, Rui Gomes, Bruno Reis e Yago Cariello).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Sporting: Adán, Diomandé, Coates (Matheus Reis, 60), Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio, Ugarte (Paulinho, 75), Morita, Nuno Santos (St. Juste, 85), Marcus Edwards (Trincão, 85), Pedro Gonçalves e Chermiti.
(Suplentes: Franco Israel, Matheus Reis, St. Juste, Rochinha, Trincão, Bellerín, Paulinho, Tanlongo e Arthur Gomes).
Treinador: Rúben Amorim.
Árbitro: Gustavo Correia (AF Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Pedrão (13), Coates (33), Ricardo Esgaio (35), Ouattara (39), Welinton Júnior (72) e Rui Gomes (90+3).
Assistência: 4.474 espetadores.