A formação das ‘quinas’, que ao intervalo estava igualada com os albaneses a 31 pontos, precisa de ficar nos dois primeiros lugares do agrupamento para garantir um lugar na segunda ronda de pré-qualificação.
Na segunda-feira, Portugal desloca-se a Minsk, para defrontar a Bielorrússia, que hoje venceu no Chipre por 97-41, no outro encontro do Grupo A.
O COMENTÁRIO:
Depois de um primeiro período muito mau (9-18), a equipa lusa foi recuperando nos parciais seguintes e confirmou o favoritismo perto do final, com o estreante Rafael Lisboa a assinar oito pontos seguidos e a ‘mascarar’ o triunfo de um conjunto português com muito para melhorar nos seus próximos compromissos.
A seleção albanesa, teoricamente inferior à portuguesa, surpreendeu os jogadores lusos com uma entrada forte, chegando a um parcial de 5-0. Portugal demorou três minutos para somar os seus primeiros pontos na partida, por Cláudio Fonseca.
O selecionador português pediu um desconto de tempo, mas as indicações de Mário Gomes não resultaram e a diferença no marcador continuou a aumentar, até aos 16-2, com os portugueses a ‘acusarem’ a falta de combinação ofensiva e a passividade defensiva.
Portugal mudou o ‘cinco’ em jogo e começou a atenuar a distância para os albaneses, chegando ao final do primeiro período com uma desvantagem de nove pontos.
Os 14% de eficácia de lançamento e os oito triplos tentados e não concretizados eram, até aí, sinais da incapacidade portuguesa de incomodar o adversário no ataque após dez minutos de encontro.
Um triplo de Pedro Bastos (à nona tentativa portuguesa) e dois pontos do estreante Francisco Amarante, no início do segundo parcial, abriram caminho à recuperação de Portugal, que melhorou, residualmente, alguns indicadores e empatou ‘em cima’ do intervalo, com uma penetração de Rafael Lisboa a garantir os seus dois primeiros pontos pela seleção principal.
Outro triplo de Pedro Bastos, no arranque da segunda metade, colocou os portugueses em vantagem pela primeira vez na partida, que se manteve equilibrada e mal jogada ao longo do terceiro período.
Sem jogo interior ofensivo face a uma defesa ‘zona’, Portugal continuou a abusar das tentativas da linha de três pontos apesar da eficácia de lançamento neste item não ultrapassar uns muito pobres 20,69% (seis concretizados em 29 tentados) após três parciais.
No último período, Portugal ‘acordou’, com Diogo Ventura a ‘acelerar’ o jogo ofensivo, e chegou a uma vantagem de sete pontos (56-49), mas a equipa albanesa não deixou a equipa lusa descolar, voltando a empatar.
Nos dois minutos finais, Rafael Lisboa cotou-se como a grande figura da partida, somando oito pontos seguidos para garantir o triunfo do conjunto português.
Na próxima segunda-feira, Portugal desloca-se à Bielorrússia, equipa que também soma dois pontos no Grupo A depois de ter derrotado o Chipre por 97-41.
DECLARAÇÕES:
Declarações do selecionador português Mário Gomes e do jogador português Rafael Lisboa, após a partida Portugal-Albânia (70-62), do grupo A da primeira ronda de pré-qualificação para o Mundial de basquetebol de 2023, disputada em Albufeira:
Mário Gomes (selecionador de Portugal): “Se calhar, para muita gente, foi estranha a qualidade da Albânia. Não é uma equipa conhecida na Europa, mas nós sabíamos que era muito melhor do que a generalidade das pessoas podia julgar.
As coisas complicaram-se mais no início do jogo, com um problema de ansiedade, de querer resolver as coisas depressa, de querer fazer tudo bem. Nas circunstâncias em que estamos, com muita gente nova e com três dias de trabalho, estou muito contente com o trabalho dos jogadores e feliz com a vitória, porque eles mereceram.
Nos desportos coletivos, neste caso há o basquetebol – a técnica e a tática – e há o saber ganhar. Nós hoje soubemos ganhar.
A Bielorrússia é uma equipa muito diferente. Com tão pouco tempo e tantos jogadores novos, mais do que nos preocuparmos com os adversários, nós temos de nos preocupar com as nossas coisas. E hoje, claramente, tivemos dois aspetos em que não estivemos bem: no ressalto defensivo e na percentagem de lançamento de três pontos. Lançámos sempre sozinhos e estes jogadores normalmente marcam aqueles lançamentos. É uma questão de confiança, de não estar ansioso e as bolas vão entrar.
Queria dedicar a vitória a vitória ao Vladislav Voytso e ao João Guerreiro, os dois jogadores que não se equiparam hoje. Foram tão importantes como todos os outros nestes dias de trabalho, e ao José Barbosa, que espero ver muito rapidamente de novo dentro dos campos de basquetebol.”
Rafael Lisboa (jogador de Portugal): “Foi uma boa estreia e fico contente por ter conseguido ajudar a seleção a garantir uma vitória importante, no primeiro jogo em casa desta qualificação.
Foi um jogo difícil e, na parte final, consegui marcar uns pontos importantes e decisivos. O mais importante é que a equipa ganhou e eu trabalho para a equipa ganhar. Hoje fui eu, amanhã é outro.
Quanto estamos dentro de campo, as emoções passam-nos um bocado ao lado. Naquele momento, era preciso marcar. Eu senti-me confiante e estava numa boa posição para marcar, assumi e correu bem.”
Jogo no Pavilhão Municipal de Albufeira.
Portugal – Albânia, 70-62.
Ao intervalo: 31-31.
Sob a arbitragem de Can Mavisu (Turquia), Raul Zamorano Sanchez (Espanha) e James Dominique (Gibraltar), as equipas alinharam e marcaram:
– Portugal (70): Miguel Maria (7 pontos), João Balseiro (8), João Grosso (-), Jeremiah Wilson (2) e Cláudio Fonseca (16). Jogaram ainda: Diogo Ventura (12), Pedro Bastos (9), Miguel Queiroz (1), Rafael Lisboa (10), Diogo Araújo (-), Francisco Amarante (2) e Ricardo Monteiro (3).
Treinador: Mário Gomes.
– Albânia (62): Robert Shestani (8), Celis Taflaj (18), Daniel Lekndreaj (4), Gerti Shima (12) e Endri Hysenagolli (10). Jogaram ainda: Juljan Hamati (5), Ferdi Bedini (3), Eldi Hysa (-) e Herion Faslija (2).
Treinador: Afrim Bilali.
Marcha do marcador: 9-18 (10 minutos), 31-31 (intervalo), 44-47 (30 minutos) e 70-62 (resultado final).
Assistência: Cerca de 1.200 espetadores.