Um golo de Maurício, aos 90+8 minutos, consumou hoje o regresso do Portimonense às vitórias na I Liga portuguesa de futebol, na receção ao lanterna-vermelha Paços de Ferreira, por 1-0, em jogo da 19.ª jornada.
Quando tudo apontava para um ‘nulo’ entre as duas formações, o médio brasileiro, que tinha entrado aos 74 minutos, assinou o único tento da partida, colocando fim a uma série de seis partidas sem vencer dos algarvios, que subiram ao 11.º lugar, com 23 pontos.
Já o Paços de Ferreira, que vinha de um triunfo sobre o Gil Vicente na ronda anterior, continua no 18.º e último posto da competição, com nove pontos, tendo terminado o encontro reduzido a 10 elementos, por expulsão de Maracás, aos 47 minutos.
A 19.ª jornada da I Liga fica hoje concluída com a visita do Sporting, quarto classificado, com 35 pontos, ao terreno do Rio Ave, 13.º, com 21, a partir das 21:15.
Estreante Maurício acaba com ‘jejum’ do Portimonense no último lance
Um golo do estreante Maurício, reforço de inverno, no último lance do jogo (90+8 minutos), decidiu hoje a vitória do Portimonense sobre o Paços de Ferreira (1-0), quebrando um jejum de seis jogos na I Liga de futebol.
O Paços de Ferreira atirou duas bolas à trave na primeira parte e jogou quase toda a segunda parte em inferioridade numérica, por expulsão de Maracás (47), vendo o seu esforço sair desperdiçado ao ‘soar do gongo’ pelo tento do experiente médio de 34 anos, que fez os primeiros minutos pelos algarvios, após chegar proveniente do Rodina de Moscovo.
O Portimonense, que não ganhava na I Liga desde o início de novembro, ainda antes da interrupção para o Mundial2022, subiu ao 11.º lugar, com 23 pontos, enquanto os pacenses continuam na 18.ª e última posição, com nove.
Enquanto César Peixoto não mexeu no ‘onze’ pacense que tinha batido o Gil Vicente (2-1), na jornada anterior, o técnico do Portimonense, Paulo Sérgio, fez quatro alterações à equipa derrotada pelo Boavista (4-2), promovendo a estreia do central brasileiro Lucas Alves, um dos 11 reforços que chegaram ao Algarve em janeiro.
Os algarvios, que em casa não ganhavam desde setembro, bem tentaram ‘pegar’ no jogo desde cedo, mas os pacenses, apesar de ocuparem o último lugar da tabela, até se mostraram mais tranquilos, criando as melhores oportunidades durante os primeiros 45 minutos.
Com Luiz Carlos e Holsgrove a manobrarem o meio-campo, carrilando jogo principalmente pela ala esquerda, o Paços de Ferreira deu o primeiro aviso aos 10 minutos: Butzke desviou para defesa apertada de Nakamura e, na recarga, atirou à trave, dando o mote para o ascendente dos forasteiros.
Depois de um lance de Bryan Róchez – o único perigoso para os algarvios na primeira metade -, que ainda festejou golo, invalidado por fora de jogo (17), o conjunto de César Peixoto continuou ‘por cima’ e esteve novamente perto de abrir o ativo.
Os pacenses somaram a segunda bola na barra, por Nico Gaitán (28), na sequência de cruzamento de Nigel Thomas, enquanto Butzke cabeceou com perigo por cima (29) e Lucas Alves quase marcava na própria baliza ao tentar cortar para fora (38).
A segunda metade arrancou praticamente com a expulsão do central pacense Maracás (47), que viu o segundo cartão amarelo por uma cotovelada na face de Moufi.
Logo depois, Róchez viu ser-lhe anulado outro tento por fora de jogo (52), enquanto Welinton Júnior proporcionou boa defesa a Marafona (57), numa fase em que a formação de Portimão, aproveitando a vantagem numérica, empurrava o adversário para o seu último reduto.
César Peixoto mexeu na equipa e o Paços voltou a ‘respirar’, obrigando Nakamura a evitar os golos de Nigel Thomas (64) e Nuno Lima (66), com Pedrão a ‘sacudir’ depois o perigo por duas vezes neste lance.
Os algarvios ‘ganharam’ claro ascendente, mas o guardião Marafona ganhou o duelo com Welinton Júnior (77), que atirou ao lado poucos minutos depois (82).
Aos 90+8, Maurício, que se tinha estreado no campeonato como aposta de Paulo Sérgio aos 74 minutos, rematou à entrada da área, com a bola a desviar em Rui Pires para deixar o guardião pacense ‘pregado’ ao relvado.
Declarações após o jogo Portimonense-Paços de Ferreira
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Os períodos em que o jogo não correu bem foram momentos em que não defendemos bem três transições do Paços [de Ferreira], em que foram perigosos, e numa bola parada agora na parte final.
Mas a equipa trabalhou muito, teve uma atitude fantástica que eu elogiei ao intervalo. É aquilo que venho dizendo: podemos jogar bem ou mal, mas a atitude e o caráter, comigo, são inegociáveis, têm de lá estar sempre.
Depois de dois jogos a sofrer a quantidade de golos que sofremos, alterámos o sistema, mas não alterámos o modelo. Continuámos a ser uma equipa pressionante, obrigando o Paços a ‘bater’ [a bola longa].
Com duas equipas em momentos diferentes – o Paços em crescendo e nós com duas derrotas pesadíssimas -, eu antevia que não íamos fazer tudo perfeito hoje. No entanto, fiquei muito contente com a atitude em campo e com aquilo que fomos fazendo.
Fazemos dois golos, irregulares mas em situações bem criadas, o Welinton Júnior também tem três ou quatro remates com perigo de golo, há o remate perigoso do Róchez. A equipa criou bastante.
Vínhamos de dois resultados que intranquilizam, mas demos uma excelente resposta e trabalhámos muito, com muito discernimento na forma como fizemos as coisas, por isso fomos criando situações de golo, embora tenhamos cometido três ou quatro erros, com passes diagonais, em superioridade numérica, que não faziam sentido.
Uma alma muito grande, uma atitude muito boa. Portanto, [dou] os parabéns ao grupo de trabalho. [A vitória] é muito importante, fundamentalmente, porque tivemos duas prestações horríveis nos dois jogos anteriores”.
– César Peixoto (treinador do Paços de Ferreira): “Fizemos um bom jogo. Na primeira parte, tivemos 10 minutos com alguma dificuldade em encaixar no Portimonense, mas depois começámos a entrar no jogo.
Sempre que conseguimos ‘ligar’ o jogo, criámos perigo, com quatro ou cinco oportunidades claríssimas, bolas no ‘ferro’. Poderíamos ter chegado ao intervalo a vencer, mas não conseguimos concretizar essas oportunidades.
Na segunda parte, voltámos a entrar bem no jogo, mas depois há a expulsão e aí é outro jogo, porque condiciona completamente a nossa estratégia. Reorganizámo-nos, sempre muito compactos, a não permitir muito ao Portimonense.
Mexemos na equipa, metemos dois homens rápidos, ‘ligámos’ duas transições em que poderíamos novamente fazer golo. Não o fizemos e depois há um lance infeliz a acabar o jogo, em que a bola parece-me que até ia para fora, bate num jogador nosso e trai o guarda-redes.
Um jogo injusto, um resultado injusto, na minha opinião.
Fomos muito condicionados, durante todo o jogo. Havia um penálti na primeira parte não assinalado, sobre o Nico [Gaitán], em que não houve VAR [videoárbitro]. Tem de começar a haver VAR também com as equipas ‘pequenas’, não só com os ‘grandes’, porque é importante que haja respeito por quem trabalha, pelos meus jogadores, pelos adeptos, pelo clube.
Há também uma jogada muito idêntica à expulsão do Maracás na primeira parte, por parte do Pedrão ao Adrián, em que mais uma vez nem houve VAR, nem amarelo foi.
Fomos sendo empurrados em algumas ‘faltinhas’, condicionados para sair em transição, mas a equipa teve um comportamento fantástico e tenho muito orgulho nos meus jogadores.
Agradecer também o apoio dos adeptos, que fizeram quilómetros e quilómetros a uma segunda-feira à noite para ver a equipa e apoiaram até ao final. Apesar do resultado, apoiaram porque perceberam que os jogadores trabalharam e não mereceram este resultado injusto. Mais uma vez, temos de levantar a cabeça e continuar a trabalhar”.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Paços de Ferreira, 1-0
Ao intervalo: 0-0
Marcador:
1-0, Maurício, 90+8 minutos.
Equipas:
– Portimonense: Nakamura, Pedrão, Lucas Alves, Relvas, Moufi, Paulo Estrela (Rui Gomes, 85), Pedro Sá (Maurício, 74), Seck (Lucas Ventura, 85), Klismahn (Yony González, 74), Bryan Róchez e Welinton Júnior.
(Suplentes: Matheus Nogueira, Ouattara, Maurício, Yony González, Park Ji-Soo, Diaby, Lucas Ventura, Rui Gomes e Yago Cariello).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Paços de Ferreira: Marafona, Juan Delgado, Nuno Lima, Maracás, Antunes, Rui Pires, Luiz Carlos (Ferigra, 58), Jordan Holsgrove (Matchoi, 71), Nico Gaitán (Uilton, 58), Nigel Thomas (Hernâni Infande, 83) e Adrián Butzke (Fábio Gomes, 71).
(Suplentes: Vekic, Uilton, Fábio Gomes, Matchoi, Luís Bastos, Jorge Silva, Ferigra, Paulo Bernardo e Hernâni Infande).
Treinador: César Peixoto.
Árbitro: Miguel Nogueira (AF Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Maracás (39 e 47), Klismahn (64) e Juan Delgado (69). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Maracás (47).
Assistência: 745 espetadores.