O português Miguel Oliveira confessou hoje ter ficado “arrepiado” com a primeira vitória em MotoGP, na Áustria, e assumiu que ser campeão do mundo “é um objetivo” possível de ser alcançado, sobretudo pela imprevisibilidade das provas.
“Fiquei arrepiado. Foi tudo muito rápido e foi uma explosão imensa de adrenalina. Foi das vitórias que mais emoção me deu, por ser uma vitória em MotoGP. Ontem [no domingo], parecia um sonho, mas felizmente vivi-o bem acordado e foi fantástico. Esperava um pódio primeiro, mas tudo começa com o acreditar”, afirmou Miguel Oliveira, em conferência de imprensa, no aeroporto de Lisboa.
No domingo, o piloto luso da KTM conseguiu o primeiro triunfo na categoria rainha do Mundial de motociclismo de velocidade, que lhe deu ainda maior confiança para perseguir o topo.
“Ser campeão do mundo é um sonho, mas até é mais um objetivo. Continuando nesta linha de pódios e vitórias, é possível. O acumular de pontos no final do campeonato é que conta. Estamos a viver uma situação distinta das temporadas anteriores, temos rondas de corridas seguidas e é tudo muito imprevisível. O importante para alcançar qualquer título é manter a consistência”, vincou.
Na última curva da derradeira volta do Grande Prémio de Estíria, na Áustria, Miguel Oliveira aproveitou o duelo entre o australiano Jack Miller (Ducati) e o espanhol Pol Espargaró (KTM), que seguiam nas duas primeiras posições, e ultrapassou os dois adversários rumo à vitória na quinta prova da temporada.
O português, que foi elogiado pela inteligência revelada nos últimos metros da corrida, admitiu que “é sempre necessário raciocinar em cima da mota e prever certas situações”, como ficou demonstrado na ultrapassagem a Miller e Espargaró.
“A última volta foi um aproveitar de oportunidades e colocar-me no sítio certo à hora certa”, observou, manifestando ainda um “sentimento de gratidão por todo o apoio” que tem recebido e lamentando apenas não poder ser recebido “de forma apoteótica” no aeroporto de Lisboa, face aos constrangimentos causados pela pandemia de covid-19.
Em novembro, o Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, será palco da última corrida do Mundial de MotoGP, uma prova em que Miguel Oliveira espera tirar partido de uma “vantagem” sobre os restantes pilotos.
“Quando chegarmos ao GP de Portugal, vamos chegar numa situação incerta, por não podermos testar essa pista. A maior parte dos pilotos da grelha não conhece o traçado, mas eu conheço. Talvez tenha essa vantagem. Vai ser um evento de nível mundial em Portugal e espero poder brindar os portugueses com um grande espetáculo”, salientou.
O português Miguel Oliveira (KTM) conquistou no domingo a primeira prova em MotoGP, ao vencer o Grande Prémio de Estíria, na Áustria, quinta prova da temporada, e subiu ao nono lugar da classificação de pilotos.
Com cinco provas já disputadas, o português foi o quarto vencedor diferente (apenas o francês Fabio Quartararo, em Yamaha, repetiu o feito), ascendendo à nona posição do Mundial de pilotos, com 43 pontos, a 27 do líder, Quartararo, mas a apenas seis da quarta posição, ocupada pelo italiano Andrea Dovizioso (Ducati).
A próxima ronda está marcada para 13 de setembro, em Misano, onde vai ser disputado o Grande Prémio de San Marino.
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