No Estádio Algarve, casa emprestada dos algarvios até o relvado de Estádio de São Luís estar em condições, o avançado colombiano foi decisivo, com um remate de fora da área já na segunda parte (58 minutos),
Ao impor a segunda derrota consecutiva ao Farense, o Nacional subiu provisoriamente ao quarto lugar, com quatro pontos.
O técnico Sérgio Vieira fez duas alterações no Farense após a derrota em Moreira de Cónegos (2-0), com as entradas do central César e do médio defensivo Cláudio Falcão, e Luís Freire também operou duas mudanças no Nacional, depois do empate caseiro com o Boavista (3-3), com as chamadas do lateral direito Ruben Freitas e o médio-ofensivo Thill.
O Farense começou melhor e, logo aos cinco minutos, num momento de pressão com dois cantos consecutivos, Nuno Borges e Pedrão (corte para a barra) aliviaram dois cruzamentos perigosos dos algarvios, mais dinâmicos na pressão.
Camacho ainda ameaçou, com um remate de longe ligeiramente por cima (12 minutos), mas a equipa de Sérgio Vieira continuou com ascendente, a carrilar a maior parte do jogo ofensivo pela esquerda, com o extremo Mansilla, já que, à direita, Ryan Gauld descaía para o meio para procurar combinações interiores.
O Farense voltou a criar perigo aos 18 minutos, com um ‘tiro’ de Gauld, após diagonal da direita para o meio, cortado para canto e, na sequência desse lance, um cabeceamento de Stojiljkovic ao primeiro poste que obrigou Daniel Guimarães a uma grande defesa.
O ritmo de jogo dos locais caiu com o passar dos minutos, o que permitiu aos madeirenses encontrar mais espaços no meio-campo do Farense, acabando por criar a melhor ocasião até ao intervalo: Koziello isolou-se, após ‘tabelinha’ com Camacho, e atirou para defesa de Hugo Marques (35 minutos).
No arranque do segundo tempo, o Farense voltou a recorrer a lances de bola parada para criar perigo, com cabeceamentos de Lucca (48 minutos) e Cássio (54), mas a resposta do Nacional foi mais forte, abrindo o marcador aos 58.
Segundos antes, Brayan Riascos até tinha falhado uma conclusão fácil ao segundo poste, após cruzamento de Camacho, mas o dianteiro colombiano redimiu-se rapidamente, partindo da esquerda para o meio, desviando César do caminho e rematando colocado, ainda fora da área.
O Farense pareceu acusar o golo dos madeirenses e, mostrando muita intranquilidade e impaciência a construir, deixou de conseguir criar perigo, sendo que nem as alterações operadas por Sérgio Vieira mudaram o panorama da partida.
Nos últimos 10 minutos, com o Nacional confortável a defender a vantagem, os algarvios pressionaram, ‘mais com o coração do que com a cabeça’, mas não construíram qualquer ocasião de golo.
DECLARAÇÕES
Declarações após o jogo Farense-Nacional (0-1), da segunda ronda da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Algarve:
Sérgio Vieira (treinador do Farense): “A eficácia não quis nada com a gente. Fizemos um bom jogo, mais uma vez, em termos gerais. Em termos específicos, o lance do golo que sofremos foi uma situação de seis contra três, com um remate de fora da área. Tínhamos superioridade numérica e o lance definiu o resultado final.
Estamos a ser infelizes no desfecho dos jogos, com pequenos erros que cometemos, e acabámos por ser penalizados. Houve uma evolução do ponto de vista defensivo, estivemos mais seguros e mais rigorosos, mas permitimos esta situação que foi fatal para nós. Muita coisa positiva foi feita hoje, mas temos de continuar a evoluir para conquistar pontos.
Sentimos um pouco [o golo]. Os jogadores acabam por sentir um bocado a injustiça do rumo dos acontecimentos. Estávamos bem na partida, estávamos melhor, o Nacional não saiu uma vez a jogar da sua grande área – coisa que no último jogo fez constantemente e é característico deles -, o que quer dizer que estivemos bem organizados, a pressionar alto, a ganhar primeiras e segundas bolas e, com a bola em nosso poder, criámos situações para fazer golo, mas não marcámos.
Quando sofremos o golo, acabou por pesar, por poucos momentos. Ainda tentámos, trocámos um central por um médio e, até ao apito final, mostrámos uma atitude muito forte, vontade de chegar ao golo e tentar inverter o rumo dos acontecimentos.
Infelizmente, há fases assim e a nossa fase é esta. Sabemos também da etapa em que estamos quanto à preparação da equipa, temos jogadores em processos muito atrasados, do ponto de vista físico e do ponto de vista competitivo, porque é um ano diferente e temos de meter isso em cima da balança quando pesamos as circunstâncias do desempenho. Temos de levar as coisas positivas e corrigir as coisas menos boas que fizemos.”
Luís Freire (treinador do Nacional): “Foi um dia especial, principalmente porque vencemos. Mais do que a primeira vitória na I Liga do Luís [Freire] é uma vitória do Nacional e dos meus jogadores, que têm trabalhado bastante e formam um grupo humilde e irreverente e que quer disputar os jogos sempre com a perspetiva de conquistar os três pontos.
Sabíamos que o Farense, vindo de uma derrota e a jogar em casa, era uma equipa complicada. Era um jogo entre duas equipas que subiram agora de divisão, a tentarem afirmar-se e ganhar estabilidade nestes jogos iniciais.
Na primeira parte, a minha equipa bateu-se muito bem e criou várias ocasiões de golo. O Farense também nos criou problemas, mais nas bolas paradas – e isso foi ao longo do jogo todo -, mas passámos por essas situações e, com bola, fizemos um jogo interessante para quem está a jogar fora.
Na segunda parte, o jogo estava equilibrado e o golo do Riascos meteu-nos em vantagem. Se a minha equipa tentou sempre ter critério e tentar chegar junta ao meio-campo ofensivo, a partir daí foi quase um pensamento de nos protegermos mais sem bola, juntar-nos e unir-nos.
Os jogadores que entraram, entraram muito bem para uma missão mais defensiva, porque já não havia o mesmo discernimento com bola. O Farense arriscou na frente e nós, com entreajuda e um querer enorme, guardámos os pontos necessários para somarmos aqui a nossa primeira vitória e continuarmos o nosso trajeto.
Dar esse mérito aos jogadores, porque sem a atitude que tiveram, não era fácil passar aqui com esta vitória.”
Jogo no Estádio Algarve, em Faro
Farense – Nacional, 0-1
Ao intervalo: 0-0
Marcador: 0-1, Brayan Riascos, 58 minutos.
Equipas:
– Farense: Hugo Marques, Alex Pinto (Patrick, 81), César Martins (Bandarra, 81), Cássio, Fábio Nunes, Cláudio Falcão (Amine, 73), Fabrício Isidoro, Ryan Gauld, Lucca, Mansilla (Alvarinho, 63) e Stojiljkovic (Pedro Henrique, 73).
(Suplentes: Ricardo Velho, Amine, Filipe Melo, Bura, Bandarra, Patrick, Alvarinho e Pedro Henrique).
Treinador: Sérgio Vieira.
– Nacional: Daniel Guimarães, Rúben Freitas, Pedrão, Lucas Kal, Witi, Nuno Borges, Koziello (Azouni, 57), Rúben Micael (Alhassan, 76), Thill (Gorré, 57), Camacho (Júlio César, 89) e Brayan Riascos (Róchez, 76).
(Suplentes: Riccardo Piscitelli, Azouni, Alhassan, Gorré, Kalindi, Róchez e Júlio César).
Treinador: Luís Freire.
Árbitro: Gustavo Correia (Porto).
Ação disciplinar:
Cartão amarelo para Mansilla (09), Lucas Kal (15), Thill (23), Rúben Freitas (51) e Nuno Borges (71).
Cartão amarelo para Sérgio Vieira (90+6).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.