“Comecei do nada e acabei acima do imaginário de toda a gente”, disse o antigo atleta, agora com 75 anos, ao ser homenageado, em sua casa, pelo Comité Olímpico de Portugal (COP).
Em missão liderada pelo presidente José Manuel Constantino, o COP está a celebrar as cinco medalhas de ouro do seu historial, que incluem ainda Rosa Mota (maratona), Fernanda Ribeiro (10.000 metros), Nélson Évora e Pedro Pichardo, ambos no triplo salto.
“Nunca fui resignado, porque quis sempre mais, melhor, nas minhas ações. Fiz coisas que poucos imaginavam ser possível. São momentos únicos, são momentos que hoje ainda muita gente agradece e isso fica sempre dentro do meu coração”, completou.
Carlos Lopes, que recebeu a homenagem na companhia da mulher e de uma filha, reconheceu o inesperado da celebração, contudo, recordou que a sua vida foi feita de surpresas e de gente que o auxiliou a chegar longe.
“Não fui sozinho, tive muita gente e agradeço a todos os que me ajudaram a fazer aquilo que fiz, e a ser aquilo que sou”, conclui o primeiro campeão olímpico de Portugal e que tinha sido prata nos 10.000 metros em Montreal1976.
José Manuel Constantino, que lhe entregou uma simbólica obra artística, da autoria de Telmo Guerra, destacou o “momento inspirador” protagonizado por Carlos Lopes, que, defende, mostrou que “os portugueses conseguem ser tão bons como os demais”.
“(Carlos Lopes) É um exemplo para Portugal e precisamos de exemplos como o seu”, disse o dirigente, acompanhado de Diana Gomes, presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, que considerou que o antigo maratonista representa a “esperança de que todos os atletas podem atingir o que nunca foi atingido”.
Carlos Lopes foi também três vezes campeão do mundo de corta-mato, além de duas medalhas de prata na mesma competição.