Os ciclistas portugueses Amaro Antunes, tricampeão da Volta a Portugal, e João Benta foram suspensos esta segunda-feira provisoriamente pela União Ciclista Internacional (UCI) por “uso de métodos proibidos e/ou substâncias proibidas”.
Na lista de ciclistas suspensos provisoriamente pela UCI, hoje atualizada, consta o nome de Amaro Antunes, vencedor das edições de 2017, 2020 e 2021 da prova ‘rainha’ do ciclismo nacional, que anunciou o final da carreira em meados de janeiro.
Além do algarvio de 32 anos, também João Benta (Efapel), que anunciou uma pausa na carreira no início de janeiro, se encontra suspenso provisoriamente por “uso de métodos proibidos e/ou substâncias proibidas”, segundo a federação internacional.
Amaro Antunes anunciou final “imediato” da carreira devido a perda de motivação e gosto pelo treino
Amaro Antunes, vencedor de três Voltas a Portugal, anunciou no passado dia 16 de janeiro o final “imediato” da carreira, num comunicado enviado à Lusa, no qual justifica o adeus ao ciclismo, aos 32 anos, com a perda de motivação e gosto pelo treino
“Anuncio que decidi, após longa ponderação, deixar o ciclismo profissional, que abracei há 11 anos, com efeito imediato. Na primavera passada, o falecimento precoce da minha mãe e o processo crime ‘Prova Limpa’ […] conduziram a que perdesse toda a motivação e o gosto pelo treino, indispensáveis para enfrentar mais uma época na plenitude das minhas capacidades”, justifica.
Único dos 11 ciclistas da W52-FC Porto que não foi suspenso ou constituído arguido no âmbito da operação ‘Prova Limpa’ — os seus colegas foram acusados pelo Ministério Público (MP) de tráfico de substâncias e métodos proibidos -, Antunes sublinha que o seu processo foi arquivado.
“Mesmo que a despedida não seja da forma que tinha idealizado, olho para a minha carreira com orgulho. Trabalhei no duro, com muita paixão e prazer, e conquistei resultados assinaláveis, quer em Portugal quer no escalão máximo do WorldTour”, recorda, na nota enviada à agência Lusa.
Algarvio despediu-se do ciclismo com três vitórias na Volta a Portugal
O algarvio, que completou 32 anos em 27 de novembro, despediu-se do ciclismo com três vitórias na Volta a Portugal no currículo, nas edições de 2021, 2020 e 2017, esta ‘herdada’ devido à desclassificação por doping do vencedor, o seu companheiro espanhol Raúl Alarcón.
Com as cores da W52-FC Porto, venceu ainda a etapa ‘rainha’ da Volta ao Algarve de 2017, no alto do Malhão, local habitual dos seus treinos, numa edição em que foi quinto classificado na geral final.
“Agora, é hora de aproveitar outras coisas da vida e de estar presente para as pessoas que mais amo. Deixo um especial agradecimento à minha família, equipas onde competi, colegas e adversários que me fizeram sempre melhorar e crescer como ciclista, e a todos os que me apoiaram durante a minha carreira”, diz ainda no comunicado.
A decisão de Amaro Antunes foi conhecida três dias depois de a Lusa ter revelado que o MP acusou 26 arguidos, incluindo o antigo diretor desportivo Nuno Ribeiro e o ‘patrão’ da equipa Adriano Quintanilha de tráfico de substâncias e métodos proibidos, com estes dois a responderem ainda pelo crime de administração de substância e métodos proibidos e a serem acusados, a par do diretor geral Hugo Veloso, de terem elaborado “um esquema” de dopagem para “aumentarem a rentabilidade” dos corredores da equipa.