A Região de Turismo do Algarve e a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) querem atrair para a zona mais turistas que pratiquem ciclismo de lazer, mas também cativar as equipas de ciclistas profissionais para a realização de estágios.
As duas entidades apresentaram ontem em Faro um conjunto de 42 propostas de percursos para ciclismo de estrada, com quatro níveis de dificuldade, que integram passagens em pontos de interesse histórico e aliam a prática de ciclismo à beleza natural e à gastronomia e aos vinhos típicos da região algarvia.
O presidente da Região de Turismo, Desidério Silva, assumiu que é necessário criar mais condições para este tipo de turistas no Algarve, onde ainda existe, por parte dos hotéis, “alguma dificuldade em enquadrar os ciclistas”, nomeadamente por não terem local para as bicicletas ou por não permitirem que os hóspedes as guardem no quarto.
O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, acredita que o Algarve tem características únicas no país para a prática de ciclismo e condições técnicas para cativar as equipas profissionais para ali realizarem os seus estágios, o que já acontece com muita frequência no sul de Espanha.
Federação de ciclismo tem cerca de 16 mil filiados
Segundo o responsável, a federação tem actualmente cerca de 16 mil filiados, 75% dos quais praticam ciclismo de lazer, actividade em expansão e cujos praticantes são sobretudo homens, da classe média e média alta, com idades entre os 30 e 50 anos.
O vice-presidente da federação, Sandro Araújo, sublinhou que o mercado do ciclismo amador e de lazer vai continuar a crescer, pois vão existir “ciclistas com mais idade que querem continuar a pedalar”, em parte devido ao aparecimento das bicicletas eléctricas.
Segundo Sandro Araújo, o ciclismo é uma boa alternativa ao atletismo, pois é uma actividade com menor impacto e mais adequada a idades mais avançadas, tendo igualmente a vantagem de ser uma actividade que gera receitas e não é poluente.
Marco Fernandes, coordenador da delegação do Algarve da federação, explicou que as propostas de percursos apresentadas foram desenhadas tendo em conta a segurança dos ciclistas, a beleza natural dos locais e o facto de integrarem pontos de interesse.
“São 42 percursos com variados tipos de dificuldade, para diferentes tipos de turistas”, afirmou, acrescentando que os percursos, todos circulares, vão desde o nível 1, cuja distância não excede os 70 quilómetros, até ao nível 4, que já são percursos com distâncias superiores a 150 quilómetros.
Cada um dos 16 concelhos algarvios tem pelo menos um percurso de nível 1 e foram definidas três zonas de percursos: nas zonas Este (Sotavento), Central e Oeste (Barlavento) do Algarve.
(Agência Lusa)