O jornalista Neto Gomes vai apresentar a sua mais recente obra, “Uma História de Amor e Paz na Educação”, esta sexta-feira, na Casa da Primeira Infância, em Loulé, sobre os 75 anos desta instituição, uma edição apoiada pela câmara local.
Diz o autor sobre este trabalho de pesquisa que “esta é também uma história de crianças, mulheres e homens. Crianças, muitas delas com o ranho colado ao nariz e de respirar ofegante, aflitivo. Outras felizes, sorridentes. E, outras ainda que ali chegavam e ficavam inertes, pacíficas, com medo que a sua própria agitação ou um simples soluçar as devolvesse para a velha e apodrecida enxerga… No entanto, aos dramas do miserabilismo da época acentuam-se as terríveis condições de acolhimento, em camas piores que enxergas, com as chamadas camas de arame, enchidas por carepa onde se aconchegavam muitas maçarocas de milho, cujos “talocos” endureciam os corpos, que eram acossados por percevejos.
Ignorar isso, é apagar a nossa própria existência, pois essa era a pobreza, a miséria que se arrastava em meados do século passado”.
Para o autarca Vítor Aleixo “esta obra sobre a Casa da Primeira Infância revela toda a capacidade de Neto Gomes de inscrever para memória futura o impacto social desta instituição que nasce de um ato de amor e que continua como um ato de Amor às nossas crianças”.
A Casa da Primeira Infância foi fundada a 10 de junho de 1945, presidida pela sua fundadora Maria José Soares Cabeçadas, criando-se em Portugal uma instituição pioneira de creche e jardim-de-infância, para as crianças mais pobres socialmente.
A Câmara de Loulé afirma em comunicado que “a grandeza desta obra social deve o seu reconhecimento a todos os seus fundadores mas, muito especialmente a Catarina do Carmo Pinto Farrajota, que, pelo seu exemplo de vida, valores e marca de qualidade, tanto contribuiu para a edificação desta obra, dirigindo-a de forma exemplar, sempre com exigência na promoção e proteção dos direitos da criança, para uma educação integral e feliz das crianças”.