Até 2 de setembro decorrerá mais uma campanha arqueológica no Sítio Arqueológico do Cerro do Castelo de Alferce, em Monchique, no âmbito do Projeto de Investigação Plurianual em Arqueologia intitulado “Da Pré-história Recente ao Medieval Islâmico: antigas ocupações humanas no Cerro do Castelo de Alferce”.
O projeto de investigação encontra-se em vigor desde 2020, sendo promovido pelo Município de Monchique, em parceria com a Universidade do Algarve, a Universidade de Évora e o Campo Arqueológico de Mértola, com o apoio da Junta de Freguesia de Alferce e da Associação Arqueológica do Algarve.
O Sítio Arqueológico do Cerro do Castelo de Alferce corresponde a um povoado fortificado que ocupa uma elevação rochosa com 487 metros de altitude máxima, localizada no extremo oriental do maciço sienítico da serra de Monchique.
“O arqueossítio é formado por três recintos fortificados, evidenciando-se que o maior define uma área intramuros com aproximadamente 9 hectares. O vulgarmente chamado Castelo do Alferce corresponde ao recinto fortificado que coroa o cerro, cujas muralhas encontram-se parcialmente a descoberto”, explica a autarquia de Monchique em comunicado, acrescentando que “além da ocupação islâmica-omíada (séculos IX-XI d.C.) este cerro encerra vestígios arqueológicos enquadráveis na Pré-história Recente, particularmente na Idade do Bronze (II milénio a.C.), ou seja, este local foi ocupado por diferentes comunidades humanas em distintos momentos civilizacionais”.
Considerando os resultados das duas campanhas arqueológicas já realizadas, pretende-se continuar “a investigar o espaço localizado entre os tramos de muralha oeste dos dois recintos fortificados existentes no topo do cerro – área que encerra muitos vestígios arqueológicos”.
Segundo a autarquia, também se continuará a investigar “a área da antiga entrada para o recinto fortificado superior (que é flanqueada por duas torres defensivas), bem como a designada “plataforma pré-histórica”, neste último caso com o propósito de se determinar a eventual existência de estruturas arqueológicas soterradas”.
Por outro lado, continuar-se-á “a incidir na limpeza do terreno na área definida pelos dois recintos fortificados que coroam o cerro, sobretudo através da remoção das pedras que se encontram dispersas pelo solo, prevendo-se, ainda, a realização de um levantamento microtopográfico do terreno. Além disso, prevê-se a realização de ações de prospeção arqueológica seletiva na envolvência do arqueossítio, direcionadas para o reconhecimento de áreas com potencial arqueológico”.
Esta terceira campanha arqueológica contará com a presença de estudantes e investigadores associados a diferentes instituições de ensino superior, sobretudo relacionados com as áreas de arqueologia, zooarqueologia e património cultural.
Está previsto a realização de um “dia aberto” à população em finais do mês de agosto, em data a anunciar.