Homenagear e celebrar a riqueza ancestral do Algarve, é o objetivo de “Lugar”, um espetáculo que cruza música, fotografia, ilustração e vídeo, que vai ser apresentado no fim de semana nas cidades algarvias de Lagos e de Lagoa.
A criação multidisciplinar que explora os contos e lendas do Algarve vai ser exibida na sexta-feira no Auditório do Centro Cultural de Lagos e, no sábado, no Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, em espetáculos marcados para as 19:00.
“O projeto visa celebrar a cultura, a história e os valores que unem a comunidade algarvia, trazendo duas das suas mais icónicas lendas: a Lenda das Amendoeiras (Silves) e a Lenda de Floripes (Olhão)”, anunciaram os organizadores em comunicado.
Com direções musical de Elsa Mathei e artística de Ana Falé, “Lugar” conta com fotografias de Jorge Mendes e ilustrações de Mónica Catalá e a participação da compositora Teresa Gentil e da Orquestra Barroca D’Aquém Mar, numa coprodução da ARTIS XXI e Questão Repetida.
“’Lugar’ pretende cruzar épocas, pessoas e vivências num Lugar comum, mas remoto. Sobre o período do domínio muçulmano na Península Ibérica contam-se cerca de cinco séculos em Terras Algarvias e, no imaginário popular, nos finos fios que o local tece sobre a ancestral memória coletiva, o ‘mouro’ surge envolto na mística complexidade de admiração e temor e é protagonista de uma miríade de lendas populares locais”, refere a sinopse do espetáculo.
De acordo com os promotores, o projeto apresenta duas das mais icónicas lendas algarvias numa homenagem à riqueza ancestral do Algarve, tendo em conta que “o património imaterial da literatura oral é extremamente frágil, sustentado na memória oral, correndo o risco de [se] perder à medida que a ritualização de trabalhos rurais e tradicionais desaparecem”.
“Neste contexto, resgatamos, assim, também, a arte de ‘contar um conto’, uma das mais simples e deslumbrantes formas dramáticas, com estórias que traduzem e celebram a cultura, a história e os valores que unem as pessoas numa comunidade e que são, quase sem exceção, transversais ao ser humano”, lê-se na nota.