A plataforma ‘online’ BerlengasPass, que entra esta quarta-feira em funcionamento, passa a dar permissão de acesso aos visitantes à Reserva Natural das Berlengas, mediante o pagamento da taxa turística de três euros por dia, em vigor desde abril, e à concessão de uma licença para acesso e permanência na ilha.
Desta forma, o Instituto da Conservação da natureza e Florestas pretende controlar o limite diário de visitantes, não só para minimizar os efeitos do turismo sobre as espécies e ‘habitats’ naturais sensíveis, como também tendo em conta a pequena dimensão terrestre do arquipélago.
O limite diário estabelecido por portaria está fixado em 550 visitantes em simultâneo, excluindo residentes sazonais habituais, prestadores de serviços e representantes das entidades oficiais com jurisdição na Reserva Natural das Berlengas.
O acesso condicionado de turistas decorreu também de estudos científicos e já estava previsto no regulamento do Plano de Ordenamento da Reserva, em vigor desde 2008, mas nunca chegou a ser fixado até 2019.
Um estudo da Universidade Nova de Lisboa concluiu que visitavam anualmente a ilha da Berlenga mais de 65.650 pessoas, das quais 43.250 na época alta (meses de verão).
O arquipélago, no distrito de Leiria, foi classificado em 2011 como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), tem estatuto de reserva natural desde 1981, é Sítio da Rede Natura 2000 desde 1997 e foi classificado como Zona de Proteção Especial para as Aves Selvagens em 1999.