A Mostra Silves Capital da Laranja volta a apostar nos grandes nomes da música e do entretenimento, nesta oitava edição do certame.
Durante o certame, sobem ao palco principal do certame nomes como Gisela João (dia 16), Carolina Deslandes (dia 17), Luís Simenta e o humorista Serafim (dia 18).
Os espetáculos serão antecedidos pelas atuações dos artistas locais Helena Silva (dia 16) e André Guerreiro – Algarvie Marafade (dia 18).
O programa deste ano continuará a ser marcado pela promoção dos grupos locais e tradicionais com a subida ao palco 2 de nomes como Orquestra de Percussão “Os Percutunes”; Associação de Dança STAM; Orquestra Garvefole – O Acordeão pelas Mãos dos Jovens; Rancho Folclórico de Algoz; Rancho Folclórico de São Bartolomeu de Messines; Grupo de Cantares Amigos da Pedreira; Clube da Batucada da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines; Grupo Coral Alentejano de Tunes; e Banda Juvenil da Sociedade Filarmónica Silvense.
Simultaneamente são, ainda, motivo de atração a atuação da Associação Algarvia do Jogo do Pau Português, as exposições “Pomar da Liberdade, Silves: 50 anos do 25 de Abril” e “Patrimoniando com… Noras”; animação de rua; malabarismo e fanfarra.
O Município de Silves convida todos “a visitar a 8.ª Mostra Silves Capital da Laranja e a experienciar todas estas propostas”.
O programa pode ser consultado aqui.
Gisela João
A artista coloca na tristeza uma pressão que vem do tom com que recebe cada letra. O fado acelera, ganha velocidade como se a tristeza tivesse pressa.
Não é um sítio para ficar – a tristeza é, umas vezes, o corredor de uma casa por onde se passa rapidamente para outro lado; não é para sentar, mas para circular. Um ponto de passagem. Outras vezes não. Em certas músicas, é mesmo para escavar esse instável sítio até ao fundo.
Há abandono, melancolia e perda amorosa, desistências e mudanças decisivas: “Já não choro por ti/já não vou de rua em rua/ no encalço de quem/ saiba dar notícia tua”, mas também a vibração feminina que dá uma resistência diferente às letras do fado.
As “tábuas do palco”, de Gisela João – tema que percorre todo o disco – por vezes salvam um corpo inteiro, outras vezes sacrificam-no: “arranho o joelho e sangro”, “eu calço o soalho e canto”.
Mas as tábuas do palco são sempre essenciais. Do chão, quem canta espera sempre muito – espera tudo ou quase tudo.
AuRora pelo seu produtor, Michael League
“Fado é sentimento”. Esta foi a primeira coisa que a Gisela me disse quando lhe perguntei por que razão queria um produtor americano a trabalhar um álbum de um género tido como conservador e por vezes purista, até. Desde que ouvi Fado pela primeira vez em Lisboa há cerca de uma década, que me tornei um grande fã.
Carolina Deslandes
É uma das maiores artistas da atual geração de cantores e compositores portugueses. Com milhões de visualizações no Youtube tem trilhado um percurso meteórico desde a sua estreia, afirmando-se como uma das maiores referências não apenas no universo digital, mas na música nacional contemporânea.
Com apenas 19 anos, em 2010, Carolina participou no programa “Ídolos” onde conquistou o público português. Em 2012, editou Não é Verdade, primeiro single a chegar às maiores rádios nacionais, extraído do seu álbum homónimo. Em 2014, lançou Blossom, de onde saiu o dueto com Agir, Mountains, que se tornou um sucesso sem precedentes, contabilizando até hoje mais de 15 milhões de visualizações.
Casa, o seu terceiro disco de originais, foi editado a 20 de Abril de 2018 e entrou diretamente para o 1º lugar do Top nacional de vendas, tornando-se o álbum que mais vendeu na semana de estreia. Pertencem a Casa os temas A Vida Toda – galardoado com o Globo de Ouro de melhor canção, com o single de Ouro e com mais de 12 milhões de visualizações no Youtube – e Avião de Papel (letra e música de Carolina Deslandes) feat. Rui Veloso, que em apenas 2 meses ultrapassou 3 milhões de visualizações no Youtube e voou diretamente para os tops de venda e streaming nacionais.
Foi distinguida em 2021, pelo segundo ano consecutivo, com o Prémio Cinco Estrelas “Personalidade na área da Música”, dias depois do lançamento do seu muito aguardado EP Mulher, que apresentou ao vivo num evento esgotado em horas. Mulher é um EP, uma curta-metragem e a expressão máxima de uma artista de causas, que se transcende a cada passo que dá. A curta-metragem, com o mesmo nome, em que se podem ouvir as canções do EP e assistir à ficção escrita narrada e protagonizada por Carolina Deslandes, representa várias gerações de mulheres vítimas de violência doméstica. Está nomeada para um Grammy Latino na Categoria de Melhor Vídeo de Longa Duração, foi #1 do iTunes, no dia de lançamento e o single Não Me Importo teve entrada direta para o top 100 do Spotify em Portugal.
Em setembro de 2021, Carolina Deslandes lançou Eco, uma nova canção e vídeo, no prestigiado Colors, uma das mais importantes plataformas internacionais de música. Eco evoca e homenageia Amália através do refrão de Grito.
Em Janeiro de 2022 esgotou os Coliseus de Lisboa e do Porto, tendo recebido nesse mesmo ano o Globo de Ouro de Melhor Atuação pelo concerto no Coliseu dos Recreios. Este foi o terceiro Globo de Ouro da artista, que foi anteriormente galardoada com Melhor Música duas vezes com A Vida Toda e Por Um Triz, música que levou ao Festival da Canção 2021 e que também lhe deu a nomeação para o Globo de Melhor Intérprete.
Editou em 2023 o álbum duplo CAOS e calma, que conta com os temas Vai Lá, Saia da Carolina e Brincar de Ser Feliz, entre muitos outros. Carolina continua a encher salas por todo o país, destacando-se neste ano a sua estreia com casa cheia na Super Bock Arena, no Porto. A estes feitos junta o de se ter tornado a primeira cantora pop portuguesa a atuar em nome próprio na Altice Arena.
Jorge Serafim
Jorge Serafim, natural de Beja, define-se essencialmente como um contador de histórias tradicionais e um promotor do livro e da leitura.
Há cerca de 20 anos que percorre o país de lés a lés levando a arte milenar da palavra nua, bela e crua a escolas, bibliotecas públicas, centros de dia, feiras do livro, auditórios, centros culturais, festivais de teatro. Da itinerância que constrói dia-a-dia, enquanto narrador oral, já acrescentou geografia em Espanha, Argentina, Cabo Verde, Macau, Canadá e Luxemburgo.
Como humorista, tornou-se conhecido do grande público devido à participação regular em diversos formatos televisivos, na SIC, RTP1 e na RTP2. É um narrador de histórias rocambolescas onde habitam personagens caricatas, que tempera com uma pitada de absurdo e duas de imprevisto, e depois refoga com muita sátira aos bons, maus e ruins costumes, não se lhe escapando nada nem ninguém pelo buraco de uma agulha.
Porque os dedos precisam de escorrer esperanças, é autor de diversas obras: O Corvo Branco – teatro para a infância; O Amor é Solúvel na Água – teatro; A.Ventura – poesia; A Sul de Ti – poesia; Estórias do Serafim – poesia; Sonhar ao Longe – infantil; A Minha Boca Parece um Deserto – infantil.
Foi ator nas companhias de teatro Lêndias D’Encantar (que fundou) e Arte Pública.
Leia também: Silves volta a ser capital da laranja. O melhor da região para conhecer e saborear