O 23.º Festival de Música Al-Mutamid arranca a 10 de fevereiro com espetáculos em Loulé, Lagos, Albufeira, Lagoa, Silves, Santiago do Cacém, Almada e Leiria, que pertenciam ao antigo território denominado Al-Andalus.
“O Festival de Música Al-Mutamid é um dos festivais de música árabe mais relevantes que se realizam fora das fronteiras do mundo árabe”, segundo a sinopse dos espetáculos enviada à agência Lusa.
Este festival realiza-se desde 2000 de forma itinerante em diferentes cidades portuguesas que faziam parte do então território denominado Al-Andalus, da época de Al-Mutamid.
Segundo os organizadores, a programação do 23.º Festival de Música Al-Mutamid inclui “diferentes grupos especializados no resgate dos sons de al-Andalus, mas também nas músicas e danças do Médio Oriente, Magrebe e Mediterrâneo Oriental”.
O festival arranca a 10 de fevereiro no Centro Cultural de Lagos, com o espetáculo de Ahlamu Zahar (Marrocos/Espanha), e termina a 17 de março no Cine-Teatro Louletano (Loulé), com o grupo Funún Tahat (Marrocos/Síria/Espanha).
O grupo Al Maram (Marrocos/Iraque/Argélia) vai estar a 17 de fevereiro no Auditório Municipal de Albufeira e no dia seguinte no Auditório Municipal António Chainho (Santiago do Cacém).
Também a 18 de fevereiro, o grupo Muhsilwan (Marrocos/Sudão/Guiné Conacri) atua no Auditório Fernando Lopes-Graça (Almada).
O Auditório Carlos do Carmo (Lagoa) recebe os Sufi Soul Ensemble (Tunísia/Marrocos/Síria) a 25 de fevereiro e no dia seguinte será a vez do Centro de Diálogo Intercultural (Leiria) voltar a receber os Ahlamu Zahar.
Monia Abdelali (Tunísia) atua no Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves, a 11 de março.
Os organizadores explicam que o festival “pioneiro e de características únicas em Portugal” é uma homenagem ao rei poeta al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid.
Muhammad Ibn Abbad (al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos.
Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em al-Andalus após a queda do Califato de Córdoba.
Em 1088 foi destronado pelos almorávidas e recluído em Agmat, a sul de Marrakech, onde viria a falecer em 1095.
“O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andalus”, de acordo com a sinopse.
Al-Andaluz foi o nome dado à Península Ibérica a partir do domínio do Califado Omíada, tendo sido utilizado para se referir à região independentemente do território politicamente controlado pelas forças islâmicas.
Atualmente utiliza-se o termo para referir os territórios que não pertenciam aos reinos cristãos da época.