A direção de A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA) afirma estar “angustiada” com o futuro devido à falta do apoio do Estado, o que já levou ao afastamento de colaboradores e ao adiamento de uma peça.
“Continuamos numa situação de angústia total, sem saber como vai ser o nosso futuro”, afirmou à agência Lusa o diretor artístico da ACTA, Luís Vicente.
Desde o início do ano que, dos 12 trabalhadores da companhia, “seis já foram para o desemprego e um deverá seguir o mesmo caminho ainda este mês”, disse Luís Vicente.
Por outro lado, a ACTA anunciou esta semana que decidiu adiar a estreia da peça “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa, prevista para 28 de julho, devido à falta de verbas para apoios pontuais para a Criação-Teatro da Direção-Geral das Artes.
“Estimamos que a referida estreia acontecerá somente a 03 de Novembro próximo, no caso de chegar o apoio”, disse Luís Vicente.
A ACTA foi excluída em 2022 do Programa de Apoio Sustentado, na modalidade de Teatro, para quatro anos e continua a aguardar os resultados do Concurso Pontual de Apoio à Criação-Teatro da Direção-Geral das Artes, inicialmente previstos para final de maio, e entretanto com anúncio prometido para julho.
Luís Vicente insurgiu-se contra a situação e criticou o sistema que permitiu uma companhia da Amadora, o Teatro do Elétrico, ter ficado com as verbas previstas para o Algarve do Programa de Apoio Sustentado para o quatriénio.
“Em Lisboa está a acontecer teatro com verbas do Algarve. Não é normal”, desabafou Luís Vicente, acrescentando que também não acharia normal “se o ACTA concorresse a apoios de outros distritos do país”.
A ACTA apresenta-se como “uma estrutura de produção artística teatral com caráter profissional” constituída em 1995, em Faro, por um “grupo de interessados fazedores de teatro” provenientes da Universidade do Algarve.
A companhia foi instalada em 2012 no Teatro Lethes, em Faro, teatro histórico integrada na “European Route of Historic Theaters”.