Até 15 de outubro, em Lisboa e Faro, a 4.ª edição da BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas é iluminada pelo tema “Presente Invisível“, esta semana pode assistir à antestreia nacional de “Orlando, a minha autobiografia política”, o primeiro filme de uma das vozes mais importantes nos estudos de género, o escritor e activista trans Paul B. Preciado.
No Cinema São Jorge (3 out) e no Auditório IPDJ / Cineclube de Faro (5 out), depois da carta cinematográfica dirigida a Virginia Woolf, é exibida uma entrevista exclusiva a Preciado, pelo director artístico da BoCA, John Romão.
A seguir a Preciado, na performance, estreia a nova criação de Vera Mantero e Teresa Silva, “Um pequeno exercício de composição”, nas Carpintarias de São Lázaro (duas sessões por dia: 6 e 7 out). A partir de dois grandes e pesados aros de metal, as bailarinas e coreógrafas praticam o corpo, procuram relações, surpreendem-se com o encontro, numa espécie de exercícios de espanto.
Destaque também para três diferentes propostas de concertos, que vincam o distinto programa da Bienal: Herlander apresenta, pela primeira vez, “Ao: Leo (Trial)”, um espectáculo entre a música e o teatro que percorre todas as fases da vida e da identidade de uma pessoa (6 e 7 out, Goethe-Institut Lisboa).
Directamente de São Paulo para a capital portuguesa, a produtora musical e compositora Podeserdesligado traz ao B.Leza o seu projecto de Live PA e incendeia a pista de dança com funk, electro, break e gabber (5 out).
A convite da BoCA, os Solistas da Orquestra do Algarve interpretam três obras para quarteto de cordas de “um dos mais originais pensadores musicais do século” (The New Yorker), John Luther Adams, em dois concertos acústicos, intimistas, concebidos para espaços verdes da cidade de Faro (7 e 8 out, Jardim da Alameda).
Em jeito de celebração dos 100 anos do nascimento de Mário Cesariny, os estudantes de Composição da Escola Superior de Música de Lisboa e os alunos e alunas do Curso de Artes Visuais da Universidade do Algarve, sob coordenação artística da dramaturga, actriz e encenadora Keli Freitas, partem da primeiro poema do artista, “Corpo Visível”, para imaginar uma música, uma pintura, uma acção e um espaço.
O resultado é uma instalação-concerto que se vai conhecer no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (5 out) e no Museu Municipal de Faro (7 out).
No espaço público lisboeta, este domingo (8 out), a ceramista, escultora e artista visual com raízes em Cabo Verde, Jacira da Conceição, mostra a performance-deriva “Insularidade”, numa caminhada do Marquês de Pombal ao Terreiro do Paço. Ainda nas ruas de Lisboa (7 out), assiste-se à última activação da criação de Héctor Zamora, “Quimera” (no dia anterior, a performance percorre espaços públicos de Faro).
A não perder também, no Algarve, o documentário “Arrependidos / Regretters”, de Marcus Lindeen (7 out, Fábrica da Cerveja).
Com direcção artística de John Romão, a BoCA conta com financiamento do Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Faro, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Millennium Bcp, e com as parcerias de MaisFRANÇA / Institut Français du Portugal, Festival Queer Lisboa, FLAD ou Goethe-Institut Lisboa.
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