O Jardim da Verbena acolheu no passado sábado, 26 de setembro, o espetáculo multidisciplinar “O Homem do Fogo” apresentado e criado pelo TEAS13 – Grupo de Teatro Experimental Amador de São Brás de Alportel, pela Banda Filarmónica de São Brás de Alportel, com animação de areia por Pilar Puyana e criação dramática e narração por Fernando Guerreiro.
São Brás de Alportel foi o único concelho da região escolhido para acolher o projeto nacional “Não brinques com o fogo”, lançado este ano, fruto da parceria entre a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e o Ministério da Cultura, que tem como objetivo sensibilizar as populações e mobilizar as pessoas para a mudança de comportamentos relativos ao uso do fogo através de produções culturais.
A estreia do espetáculo contou com a presença da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira.
“Gostei muito do aliar destas várias vertentes da narrativa, da banda e os desenhos na areia. É um espetáculo muito bem conseguido”, afirmou a Secretária de Estado no final do espetáculo aproveitando para frisar que acredita “muito na cultura e nas artes como uma maneira para sensibilizar e alterar comportamentos e, portanto, vamos esperar que esta parceria (Ministério da Cultura e AGIF) continue e se possa repetir mais vezes este tipo de espetáculos”.
Segundo a autarquia, “o empenho, a criatividade e a mestria dos artistas que desenvolveram este projeto em São Brás de Alportel foram também enaltecidos na ocasião pelo presidente da câmara municipal, que a par da criação artística, alia a transmissão da importante mensagem de que é urgente proteger a natureza do fogo e que essa é uma missão em que cada cidadão pode e deve dar o seu contributo”.
EXCERTO DA MENSAGEM DO ESPETÁCULO:
“A coexistência entre o homem e o fogo sempre se fez no fio da navalha. A evolução da vida na Terra fez-se à conta da força do fogo e da teimosia dos Homens. Como tudo o que é incontrolável, também o fogo fugiu rapidamente das mãos do Homem. Cedo o Homem se apercebeu que o fogo poderia ser uma ameaça e sentiu-o na pele quando deixou que as árvores e o mato se aproximassem demasiado das casas e servissem de rastilho para queimar tudo o que possuíam, ou quando ignorando o vento e o calor excessivo, decidiram continuar com hábitos antigos de fazer queimadas e, sem pensar nas graves consequências, transformam a vida de todos e a Natureza em meros pedaços de carvão. O desleixo, a negligência, desrespeito pela Natureza e o mal que se aloja no coração dos homens fracos fez muitas vezes co que o fogo corresse por montes e vales destruindo tudo à sua passagem.
Uma árvore demora dezenas, centenas de anos a fincar raízes e a fazer da terra a sua casa e dar sombra e frutos, mas meros segundos bastam para esta ficar reduzida a cinzas”.