O Arquivo Municipal de Loulé recebe no próximo dia 18 de Fevereiro, pelas 15 horas, mais uma conferência integrada no Ciclo “O Documento que se segue”, desta vez dedicada ao impacto da I Guerra Mundial em Loulé, que será apresentada por Ana Paula Pires.
A 4 de Agosto de 1914 a notícia da declaração de Guerra da Inglaterra à Alemanha, chegou a Portugal envolta em tristeza e consternação. A posição geoestratégica dos territórios portugueses em África, aliada à dimensão periférica, económica e financeiramente débil da República, obrigou o poder político a acompanhar, logo após o assassínio de Sarajevo, de forma atenta, a evolução da situação internacional. Na verdade, a eclosão de uma guerra na Europa implicaria, desde logo, que se equacionasse o reforço das guarnições militares em Angola e Moçambique.
Em Setembro de 1914 partiram para África as primeiras tropas portuguesas. Três anos mais tarde, a 26 de Janeiro de 1917, na sequência da declaração de guerra da Alemanha a Portugal, a 9 de Março do ano anterior, partiu para França o primeiro contingente do Corpo Expedicionário Português (CEP).
Esta intervenção procurará analisar, criticamente, os objectivos, as consequências e os legados da Participação de Portugal na Grande Guerra em Loulé, sublinhando a importância da “frente interna” como suporte à campanha militar, novidade introduzida, de resto, pelo conflito mundial.
Ana Paula Pires é doutorada em História, especialidade História Económica e Social Contemporânea, pela Universidade Nova de Lisboa. Realiza actualmente um pós-doutoramento na Universidade de Stanford e na Universidade Nova de Lisboa.
É membro da direcção do Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL e coordenadora do grupo “Economia, Sociedade, Património e Inovação” da mesma instituição.
Autora de diversos livros e artigos científicos é co-fundadora da International Network for the Study of the Great War in Africa e é editora de 1914-1918 online, International Encyclopedia of the First World War, projecto coordenado pela Universidade Livre de Berlim.
Esta iniciativa tem entrada livre.