A cor do carro, um fator frequentemente negligenciado, pode afinal ter um impacto significativo na segurança rodoviária. Esta é a conclusão de um estudo realizado pela carVertical, empresa especializada em dados automóveis, que identificou as cores de carros com maior e menor probabilidade de envolvimento em acidentes nas estradas portuguesas.
Verde, prateado e branco: as cores mais seguras
De acordo com os dados recolhidos entre agosto de 2023 e agosto de 2024, os automóveis verdes destacaram-se como os mais seguros em Portugal, com apenas 37,9% dos veículos verificados a apresentarem registos de danos. Segundo os especialistas, esta tonalidade pode contribuir para uma maior visibilidade em várias condições de iluminação, tornando-se assim uma opção segura para os condutores.
As cores prateada/cinzenta e branca ocupam a segunda e terceira posição na lista das mais seguras. Automóveis prateados, com uma taxa de danos de 42,9%, são mais fáceis de identificar na estrada devido aos tons neutros, que contrastam bem com diferentes tipos de pavimentos. Já os veículos brancos, com 45% de incidência de danos, destacam-se pela visibilidade elevada e propriedades de reflexão, características valorizadas sobretudo em climas ensolarados, como o de Portugal.
As cores mais perigosas: castanho e azul
No lado oposto da tabela, o estudo da carVertical identificou o castanho como a cor mais perigosa, com uma impressionante taxa de danos de 61,9%. Esta elevada percentagem pode dever-se à tendência dos tons terrosos de se misturarem com a paisagem natural, como florestas ou estradas de terra, o que reduz a sua visibilidade. Logo após o castanho, os veículos azuis registam uma taxa de danos de 53,1%. Apesar de chamativos, os carros azuis podem confundir-se com o ambiente, especialmente em dias de céu nublado ou em regiões próximas do mar, dificultando a sua deteção por outros condutores.
Matas Buzelis, especialista e diretor de Comunicações da carVertical, reforça a ideia de que a escolha da cor de um automóvel deve ser considerada com atenção: “O aspeto de um automóvel pode ser enganador, pelo que não recomendamos que escolha um modelo apenas com base na sua aparência. É importante verificar o historial do veículo, fazer um test drive, mandá-lo inspecionar numa oficina autorizada e só depois decidir se o compra ou se prossegue com a procura.”
Verificar o historial e garantir segurança
Ao adquirir um carro usado, muitos proprietários recorrem a técnicas de personalização, como a pintura ou a aplicação de capas de vinil. Porém, a carVertical alerta para a necessidade de verificar a cor original registada nos documentos do automóvel, pois alterações podem esconder danos na carroçaria ou problemas de ferrugem.
O estudo, conduzido em 15 países, reflete as conclusões de milhões de relatórios históricos de veículos processados pela carVertical. A empresa, que opera em 28 países e recolhe dados de mais de 900 bases de dados, incluindo autoridades policiais e registos estatais, oferece uma análise detalhada e atualizada sobre tendências e segurança no mercado de carros usados.
Desta forma, para quem pretende aumentar a segurança rodoviária, o verde surge como a cor mais recomendada para um carro, enquanto o castanho e o azul podem exigir um cuidado extra em determinadas condições de condução.
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