Nos últimos meses, várias marcas automóveis dedicadas exclusivamente aos veículos 100% elétricos têm enfrentado desafios significativos, com algumas delas arriscando-se a fechar portas. A incerteza no mercado e as dificuldades financeiras têm colocado estas empresas sob pressão, levando-as a adotar medidas drásticas para tentar sobreviver.
De acordo com o Razão Automóvel, uma das marcas que enfrenta uma situação particularmente preocupante é a Fisker. Com um prejuízo de 427 milhões de euros no último trimestre de 2023 e um corte de 15% na sua força de trabalho, a empresa enfrenta agora o risco iminente de falência. As tentativas de encontrar um parceiro estratégico, como a Nissan, não foram bem-sucedidas, e a suspensão da negociação das suas ações na bolsa de Nova Iorque indica a gravidade da situação.
No mercado chinês, a Aiways também tem enfrentado dificuldades, com a suspensão da produção do seu modelo U5 devido a uma guerra de preços agressiva. No entanto, intervenções do estado chinês podem vir a salvar a empresa, permitindo-lhe retomar a produção e focar-se na exportação para mercados como o europeu.
Outra marca chinesa, a HiPhi, anunciou a suspensão das operações devido à diminuição da procura, mas espera-se que o apoio do estado chinês possa ajudar a empresa a recuperar.
Na Europa, a Polestar tem lutado para alcançar os seus objetivos de vendas, resultando numa redução de 15% na sua força de trabalho e numa queda significativa nas suas ações. O desinvestimento da Volvo Cars na empresa levanta questões sobre o seu futuro, apesar dos lançamentos planeados para este ano.
Nos Estados Unidos, a Rivian e a Lucid também enfrentam desafios, com altas taxas de juros a afastar os consumidores dos seus veículos de preços elevados. No entanto, a Rivian está a mostrar sinais de vitalidade com o lançamento de novos modelos mais acessíveis, enquanto a Lucid aposta no lançamento do SUV Gravity para impulsionar as suas vendas.
Com a indústria automóvel a passar por uma transformação sem precedentes, é provável que vejamos mais casos de consolidação nos próximos anos, com algumas empresas a ficarem para trás e outras a emergirem mais fortes. A competição é intensa, e apenas as empresas mais adaptáveis e financeiramente sólidas conseguirão sobreviver neste novo cenário automobilístico.
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