A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, referiu na quarta-feira que 80% dos ativos dos bancos russos estão “sob as restrições” do Departamento que dirige, na sequência das sanções impostas pela invasão da Rússia à Ucrânia.
Entre domingo e segunda-feira de manhã os Estados Unidos e os seus aliados já tinham congelado metade dos ativos do banco central russo, realçou Janet Yellen, durante uma conferência em Chicago.
“A Rússia está a tornar-se cada vez mais uma ilha económica“, acrescentou a responsável pelo Tesouro dos EUA.
Yellen também mencionou as sanções impostas na quarta-feira pelo seu país contra os oligarcas russos “que são fundamentais para o poder corrupto do Presidente [Vladimir] Putin”.
“Nós sancionamos muitos desses indivíduos e estamos a trabalhar com os nossos colegas do Departamento de Justiça e os nossos aliados internacionais para descobrir, congelar e confiscar as suas riquezas em todo o mundo“, apontou.
A líder do Departamento de Tesouro norte-americano também assegurou que, caso Putin continue a sua invasão na Ucrânia, os aliados, incluindo os EUA, permanecerão fiéis ao seu compromisso de continuar a impor “graves consequências” à Rússia e a responsabilizar o chefe de Estado russo pela suas “ações ilegais e imorais”.
Os EUA anunciaram na quarta-feira sanções a 22 entidades relacionadas ao setor de defesa russo e restrições à exportação de tecnologia que a Rússia pode usar para refinar petróleo.
Na quinta-feira passada, o Presidente dos EUA, Joe Biden, tinha anunciado sanções contra cinco grandes entidades financeiras russas, incluindo os dois maiores bancos do país, bem como oligarcas próximos ao Kremlin, em resposta à invasão russa da Ucrânia.
Por seu lado, a União Europeia, em coordenação com os EUA, lançou uma série histórica de sanções contra Moscovo, às quais esta quarta-feira, quase uma semana após a invasão militar, se juntaram com a entrada em vigor da suspensão das transmissões dos órgãos RT e Sputnik e a exclusão de sete bancos russos do sistema SWIFT.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.