Embora a Agência Internacional de Energia Atómica assegure que não existem anomalias nos níveis de radioatividade na central nuclear de Zaporizhzhia, após a invasão russa, o perigo não deixa de existir. Em caso de desastre nuclear, a situação pode, inclusive, afetar a Rússia, de acordo com o Presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, Bruno Gonçalves.
Bruno Gonçalves começa por dizer que, “neste momento, temos de acreditar naquilo que diz a Agência Internacional de Energia Atómica, que diz que a central nuclear de Zaporizhzhya está segura”.
“Não existem níveis de radioatividade significativos no local, parece não haver danos significativos”, acrescenta.
No entanto, lembra que isto “não quer dizer que a situação não tenha sido grave e que não tivesse potencialidades para ser uma situação extremamente grave”.
O Presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear explica que “existem sensores no local que podem providenciar medidas [de radioatividade], e sensores remotos que podem ver os níveis de radioatividade”, dando o exemplo do caso da central nuclear de Chernobil, em que, “a mil quilómetros, na Suécia”, vários sensores detetaram os níveis anormais de radioatividade.
Aponta ainda que “os reatores têm sistema de anti-incêndio”, contudo, “não estão desenhados para situações de guerra”.
“Um dos riscos de terem ferido os operadores da central é, neste momento, não haver operadores para gerir a central”, pelo que “o que poderia acontecer, em caso de incêndio, seria a libertação de poeiras radioativas para a atmosfera e a sua rápida disseminação, dependendo das condições atmosféricas”.
Por fim, diz ainda que toda esta situação “poderia, inclusive, afetar a Rússia”.
“Acontecendo um acidente destes, não é garantido quem serão os países afetados e em que direção uma nuvem radioativa será distribuída”.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL