O primeiro comprimido para o tratamento da alopecia grave foi aprovado esta semana pela agência de medicamentos dos Estados Unidos (FDA). Trata-se de uma doença autoimune que atingirá pelo menos 10 mil portugueses e, só nos Estados Unidos (EUA), afeta mais de 300 mil pessoas anualmente. O medicamento tem o nome de baricitinibe, pertence à farmacêutica americana Eli Lilly e já era utilizado para tratar doenças inflamatórias, tais como a artrite reumatoide.
“O acesso a opções de tratamento seguras e eficazes é fundamental para o número significativo de americanos afetados pela alopecia grave. A medida ajudará a atender a uma necessidade significativa dos pacientes com a doença”, garantiu Kendall Marcus, diretor do departamento de Dermatologia e Medicina Dentária do Centro de avaliação e pesquisa da FDA, em comunicado. No texto, explica-se que tem sido cada vez maior o número de doentes nos EUA com alopecia grave – diagnosticada quando existe uma grande perda de cabelo ou são visíveis peladas no couro cabeludo, podendo também surgir na barba, sobrancelhas ou pestanas.
A aprovação deste medicamento foi baseada nos resultados de dois testes clínicos, nos quais marcaram presença 1200 adultos com alopecia grave. No entanto, existem efeitos secundários que foram igualmente descritos pela FDA: infeções do trato respiratório superior, acne, dor de cabeça, colesterol elevado e um aumento significativo de uma enzima chamada creatinina fosfoquinase.
Já tinham sido anteriormente testados tratamentos para alopecia grave, mas que acabaram por não ser aprovados pela agência de medicamentos. No entanto, durante a pandemia de covid-19, este novo comprimido – baricitinibe – chegou mesmo a tratar doentes hospitalizados com o novo coronavírus.
CAUSAS E TRATAMENTO
Numa minoria de casos, a doença pode evoluir para a perda total de cabelo, a que se chama alopecia total, ou até dos pelos de todo o corpo (alopecia universal). Os sintomas que fazem desencadear a alopecia são essencialmente fatores hormonais e ambientais, stress agudo e alterações repentinas na alimentação. Além disso, há ainda que ter em conta as influências genéticas.
Quanto ao tratamento, a resposta à doença varia consoante a gravidade da mesma. Ou seja, só nos casos mais graves é que os médicos optam por receitar medicação sistémica. A escolha do tratamento está também relacionada com o número de peladas apresentadas, a sua localização e o impacto psicológico que a doença possa ter.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL