A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgou, segundo o jornal “Público”, as deliberações resultantes das queixas feitas por doentes – ou familiares de doentes – durante o primeiro trimestre deste ano. Uma das reclamações que chegou à ERS foi feita pela sobrinha do utente. Um doente de 73 anos chegou, a 9 de outubro de 2019, “desorientado, descompensado, com comportamentos anormais e possíveis alucinações” ao serviço de urgência do Hospital de Portimão e abandonou, no dia seguinte, o hospital sem ter recebido alta. Seis dias depois foi encontrado morto.
A ERS recebeu outra queixa de uma mulher que deu entrada no serviço de urgência do Hospital de Faro – que, tal como o Hospital de Portimão, pertence ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) – com sinais de instabilidade emocional e distúrbios psíquicos, tendo ficado em observação. A reclamação foi feita pelo marido, tendo o mesmo alegado que lhe foi dito, logo após a triagem, que a mulher encetou fuga do hospital e as autoridades foram avisadas.
Tendo em conta estes dois casos, a ERS concluiu que resultaram indícios que “a atuação do CHUA não foi suficientemente garantística dos direitos e interesses legítimos dos utentes, em especial o direito de acesso à prestação de cuidados de saúde com segurança”. O CHUA terá de proceder à realização de uma auditoria aos procedimentos de segurança implementados nos Serviços de Urgência da Unidade Hospitalar de Faro e da Unidade Hospitalar de Portimão.
No primeiro trimestre do ano, a maioria das deliberações da ERS dizem respeito a reclamações de doentes contra a atuação de hospitais privados. Um dos casos refere-se a um utente que foi operado ao olho errado. O doente tinha recebido um vale cirúrgico atribuído pelo Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIG) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e dirigiu-se à Sanfil – Casa de Saúde de Santa Filomena, uma vez que a mesma aceitou o vale. O utente apenas efetuou a consulta pré-cirúrgica, tendo sido operado no próprio dia e ao olho direito em vez do esquerdo.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL