O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira voltou a reabrir portas recentemente, acessível agora a todos os tipos de público. Com quase 21 anos de existência, o equipamento não sofreu alterações desde a sua abertura, sendo este “um momento de viragem em termos de acessibilidade”, afirma o município em comunicado.
O espaço e a respetiva zona envolvente estão agora dotados de todos os meios necessários à criação de um percurso acessível para todos, independentemente das suas condições físicas, cognitivas, sociais e culturais, dando oportunidade a todos os visitantes de terem uma experiência única.
O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira reabriu ao público após “um trabalho exaustivo de levantamento de todas as barreiras, que incluiu as barreiras físicas e da zona envolvente, das áreas visitáveis, dos lavabos, bem como das barreiras intelectuais e de comunicação do espaço expositivo, que culminou na realização de obras que transformaram o equipamento num espaço totalmente acessível, dinâmico e inovador sob o ponto de vista tecnológico”, continua o comunicado.
O projeto de acessibilidade consistiu na criação de uma segunda entrada no Museu para visitantes com mobilidade reduzida ou em cadeira de rodas, instalações sanitárias adaptadas a pessoas com deficiência e respetiva plataforma de acesso, colocação de piso guia para deficientes visuais e criação de três lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida.
Foram introduzidas ainda legendas em inglês e em braile em todas as peças e vitrines e há réplicas de peças originais que podem ser tocadas por invisuais ou por quem pretender uma experiência mais sensorial. Na sala dedicada à pré-história, foi colocada uma parede de imagem projetada que conta a evolução da humanidade, a partir de um vídeo com locução em português e legendagem em inglês e língua gestual.
A visita ao Museu pode ser acompanhada através de um tablet com acesso aos conteúdos audioguia em português, inglês, espanhol, alemão e francês, língua gestual portuguesa e inglesa e ainda uma versão para o público infantil, também em português e inglês. Os mais novos foram também contemplados com um um jogo interativo que os convida a descobrir a História de Albufeira.
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira manifestou-se muito satisfeito e orgulhoso pela reabertura do espaço, destacando a importância da obra no plano das acessibilidades e da recuperação do património cultural da cidade.
José Carlos Rolo sublinhou que “Albufeira é um destino turístico conhecido pela beleza e qualidade ambiental das suas praias mas é fundamental, cada vez mais, apostarmos no nosso património cultural. Esta complementaridade é fundamental para a diversificação do destino”. Frizou ainda que “o turismo acessível é cada vez mais importante na Europa”.
Para além desta obra, há a referir a recuperação dos vestígios arqueológicos em frente ao Museu, a recuperação da antiga Igreja Matriz (obra já adjudicada), a recuperação do antigo Tribunal que irá ser transformado num Centro de Artes e do antigo Hospital, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira.
Ana Pífaro, vice-presidente e vereadora responsável pelo pelouro da Cultura do Município, reiterou as palavras do presidente sobre a importância do turismo acessível e da recuperação da zona histórica “temos praias acessíveis, hotéis com todas as condições para receber turistas com dificuldades motoras e intelectuais e é fundamental que também os serviços públicos estejam adaptados para receber todas as pessoas ”.
Já a diretora regional da Cultura do Algarve, Adriana Nogueira, refere que “é preciso saber ouvir os mais velhos, guardar todas as histórias, todos os saberes que fazem com que as pessoas se sintam mais próximas dos locais e assim quem nos visita também vai sentir essa ligação”.
Por sua vez, Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, fez questão de referir que este dia constitui um marco histórico para o concelho. “São pequenos passos como este que levam a que se tomem grandes medidas que assentam na mudança de mentalidades. “O turismo continua a ser a principal atividade do concelho, mas começa a haver uma visão que vai para além da noite, uma visão cada vez mais social e integradora, que nos leva a um desenvolvimento cultural sustentável”.
A obra teve um orçamento de 283.714 euros e que foi financiada pela Linha de Apoio ao Turismo Acessível do Turismo de Portugal em 157.53€.