“Cidades educadoras, actividades criativas e inclusão social” é o tema da conferência integrada no Ciclo “Horizontes do Futuro”, que vai ser apresentada pelo filósofo francês Gilles Lipovetsky, no próximo dia 29 de Novembro, pelas 21.30 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
“Se a cidade educadora tem como objectivo a formação ao longo de toda a vida, é imperativo que se empenhe na educação artística de todos, o que irá contribuir para a qualidade de vida de cada um e para a inclusão social. A época em que vivemos requer uma política cultural que vá para além da ‘democratização da cultura’. Já não se trata somente de construir museus e de abrir centros culturais para difundir as obras do espírito no corpo social, mas de favorecer a actividade criativa de cada um, nomeadamente ao oferecer estágios de iniciação e de aperfeiçoamento, propiciando intervenções de todo o tipo de criativos nas escolas e nos bairros. Ao encorajar a criatividade de cada indivíduo, a cidade favorece o reconhecimento do eu e trabalha em prol de uma melhor vivência em conjunto. É por isso que não existe cidade educadora sem cidade criativa e vice-versa. É necessário ultrapassar a abordagem instrumental da cidade educadora. A cidade educadora deve considerar a formação ‘criativa’ como um tipo de educação de base do homem que favoreça a vida em cidadania”.
Gilles Lipovetsky é professor agregado de Filosofia desde 1970
Nascido em França, em 1944, Gilles Lipovetsky é professor agregado de Filosofia desde 1970, tem realizado numerosas conferências sobre “Ética dos Negócios” para grupos industriais e bancários em França, Espanha. Canadá, Argentina e México, assim como diversos seminários de investigação, em várias cidades e universidades – Madrid, Barcelona, Nova Iorque, Montreal, México, S. Paulo, Buenos Aires, Santiago do Chile e Singapura – sobre o individualismo, o luxo, o consumo e modos de vida.
Teórico da Hipermodernidade, é autor dos livros “A Era do Vazio”, “O luxo eterno”, “A terceira mulher”, “O império do efémero”, “A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo”, entre outros. Nas suas principais obras, sobretudo em “A Era do Vazio”, analisa uma sociedade pós-moderna, marcada, segundo ele, pelo desinvestimento público, pela perda de sentido das grandes instituições morais, sociais e políticas, e por uma cultura aberta que caracteriza a regulação “cool” das relações humanas, em que predominam tolerância, hedonismo, personalização dos processos de socialização e coexistência pacífico-lúdica dos antagonismos – violência e convívio, modernismo e “retro”, ambientalismo e consumo desbragado.
A conferência terá tradução simultânea e será coordenada e sintetizada por Manuel Célio Conceição, docente da Universidade do Algarve e presidente do Conselho Europeu de Línguas. A entrada é livre.