A vida está repleta de grandes decisões, e o ato de escolher entre inúmeras opções pode ser muitas vezes assustador. Um exemplo clássico é a compra de uma casa. É o tipo de situação que pode deixar qualquer pessoa desorientada. No entanto, não se preocupe, pois a ciência – ou, mais precisamente, a matemática – oferece uma solução para maximizar as hipóteses de fazer a melhor escolha possível, chamada “a regra dos 37%”. Saiba mais neste artigo.
A regra dos 37%
O problema parece complexo à primeira vista, mas a matemática consegue simplificá-lo. A resposta? 37%. Independentemente do que está a escolher ou do número de opções disponíveis, tudo se resume a esta percentagem. A estratégia consiste em rejeitar todas as opções iniciais até atingir os primeiros 37% do total. Depois disso, basta selecionar a próxima opção que seja melhor do que todas as anteriores.
Embora não pareça particularmente impressionante – afinal, oferece apenas uma probabilidade ligeiramente superior a um terço de encontrar a melhor escolha –, os resultados são surpreendentes quando comparados com outras abordagens.
Por exemplo, se decidir escolher aleatoriamente, as probabilidades de sucesso são drasticamente mais baixas. Segundo Hannah Fry, professora de Matemática e especialista em Comunicação Científica na Universidade de Cambridge, citada pela Executive Digest: “Se decidir não seguir esta estratégia e, em vez disso, escolher aleatoriamente, terá apenas 5% de sucesso se estiver destinado a conhecer 20 pessoas ao longo da sua vida.” Mas, ao rejeitar os primeiros 37% e aplicar este método, pode aumentar as suas probabilidades para 38,42% no mesmo cenário de 20 opções.
Como aplicar a regra na prática
Hannah Fry sugere que esta abordagem pode ser utilizada em várias situações do dia a dia: “Tem três meses para encontrar uma casa? Rejeite todas as opções do primeiro mês e escolha a próxima que for a sua favorita até então. Está a contratar um assistente? Rejeite os primeiros 37% dos candidatos e ofereça o emprego ao seguinte que preferir acima de todos os anteriores.”
Os riscos da regra dos 37%
Esta estratégia, apesar de eficaz, não está isenta de riscos. Fry alerta para um cenário possível: “Imagine que o parceiro perfeito aparece durante os primeiros 37%. Nesse caso, terá de o rejeitar e, se seguir estritamente a matemática, acabará por não encontrar ninguém que seja superior às opções iniciais. Isso significa que terá de continuar a rejeitar e, eventualmente, poderá acabar sozinho.”
No entanto, na vida real, a matemática não tem em conta os compromissos e adaptações que todos fazemos. Como explica a especialista: “A matemática pressupõe que o único objetivo é encontrar a melhor escolha possível. Mas, na verdade, muitos de nós preferimos uma boa opção, mesmo que não seja a ideal, a ficarmos sozinhos.”
A regra dos 37% oferece uma abordagem lógica e matemática para lidar com escolhas complexas, maximizando as probabilidades de sucesso. Contudo, como em tudo na vida, é importante equilibrar a estratégia com as suas próprias prioridades e expectativas. Afinal, nem sempre o objetivo é encontrar o melhor, mas sim o suficiente para sermos felizes.
Leia também: Esta praia fica no Algarve, costuma estar deserta e tem a água mais quente de Portugal