O momento em que começou a invasão das tropas de Putin na Ucrânia foi o momento em que a comunidade russa a viver em Portugal começou a receber ameaças pessoais e através das redes sociais. Os autores são portugueses mas também ucranianos residentes neste país. “Há quase duas décadas que vivo aqui e nunca sentira este tipo de bullying”, conta Anna Pogrebtsova, 42 anos, presidente da associação Pushkin, que dá apoio à comunidade russa em Portugal.
Os russos criaram um grupo de WhatsApp e no Facebook onde partilham entre si algumas das principais injúrias de que são alvo. Numa destas mensagens, de conteúdo xenófobo, vê-se um caixão com a bandeira da Rússia e a frase: “Vai com a tua mãe.” Noutra, escrita em ucraniano, faz-se um apelo para se continuar a “ofender, rebaixar e desrespeitar” os russos de todo o mundo. Tem sido publicado também um post com um código de barras que tem a seguinte legenda: “Se olharmos, os primeiros três algarismos representam o país de origem. Sempre que os algarismos iniciais forem de 460 a 469, significa que são produtos russos. Peço-vos que se abstenham de fazer tais compras.”
Nas redes sociais, também há fotos de menus de restaurantes com as frases “Russos fora de Serviço” ou “Rússia Stop”, com ofensas em cirílico. Não falta quem sugira “mandar cocktails molotov para a embaixada russa em Lisboa” ou quem anuncie o seguinte: “Já proibi a minha filha de ver ‘Masha e o Urso’ [um desenho animado russo].”
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL
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