A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Sul, realizou uma operação policial que resultou na detenção de cinco suspeitos pela prática dos crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos no setor do comércio de automóveis e embarcações no Algarve. O valor global das burlas já identificadas ultrapassa um milhão de euros.
A PJ informa em comunicado que “na operação ‘Gatsby’ foram, ainda, realizadas 12 buscas domiciliárias e três não domiciliárias; apreendidos dois imóveis localizados no Algarve; três veículos de gama alta; cerca de 25 mil euros em numerário; além de equipamento informático, de telecomunicações, documentação e outros meios de prova”.
Durante as investigações, iniciadas em 2024, foram também localizadas e apreendidas diversas armas de fogo, munições e estupefacientes, nomeadamente heroína e cocaína.
“Em causa está a investigação de um grupo organizado que, de forma persistente e reiterada, tem vindo a praticar ilícitos criminais em diferentes vertentes, de modo a obter enriquecimento ilegítimo que lhe permita sustentar o padrão de vida luxuoso que ostenta, incompatível com rendimentos lícitos que lhe são conhecidos”, refere a PJ na nota.
O esquema criminoso consistia na criação de empresas fictícias, registadas em nome de terceiros para ocultar a identidade dos verdadeiros responsáveis, recorrendo frequentemente à falsificação de documentos e à colaboração de indivíduos especializados neste tipo de crime.
As investigações indicam que os suspeitos obtinham créditos fraudulentos junto de instituições bancárias e burlavam seguradoras. Além disso, propunham às vítimas negócios envolvendo a importação de veículos de luxo e embarcações, recebendo quantias avultadas como adiantamento, sem que as transações se concretizassem, permitindo-lhes apropriar-se indevidamente de mais de 450 mil euros.
Há também relatos de coação e ameaças sobre as vítimas para evitar que apresentassem queixa às autoridades.
Os detidos, portugueses e estrangeiros, têm idades compreendidas entre 30 e 36 anos e residem nas regiões de Lisboa e do Algarve. Serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial para determinação das medidas de coação.
A investigação está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loulé.
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