Quer seja na praia, no verão, ou em jantares com amigos e família, as uvas nunca são ‘má’ companhia. Há quem as coma com grainha, ainda que as deite fora posteriormente, mas há quem prefira as sem grainha, já que não existe o risco de se engasgar. Em Portugal, as mais famosas uvas sem grainha são as do Vale da Rosa, mas a empresa de Ferreira do Alentejo está a atravessar uma crise que pode levar ao fim da produção destas mesmas uvas.
De acordo com a SIC Notícias, aquele que é o maior produtor nacional de uvas de mesa está a dever à banca cerca de 17 milhões de euros e entrou em Processo Especial de Revitalização. Falamos de um processo judicial que gera negociações entre a empresa e os seus credores, para conseguir aprovar um plano de recuperação de forma a promover a revitalização da empresa.
Uma decisão do Grupo Jerónimo Martins agravou a crise do Vale da Rosa
O objetivo do Processo Especial de Revitalização é que a empresa, neste caso o Grupo Vale da Rosa, possa continuar a desenvolver a sua atividade normalmente. A empresa encontra-se neste momento em dívida para com os maiores bancos, nomeadamente Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander, Novo Banco, o BBVA e o BPI.
Neste momento, o futuro da empresa está em risco e são estas negociações com os credores que irão determinar o progresso do Vale da Rosa. De salientar que a empresa já se encontrava em crise há algum tempo, no entanto, os problemas financeiros agravaram-se no último ano, depois de o Grupo Jerónimo Martins, dono da cadeia de supermercados Pingo Doce, deixar de comprar uvas sem grainha do Vale da Rosa.
Sabe-se ainda que o Lidl também acabou com as encomendas de uvas Vale da Rosa, pelo que a empresa teve uma quebra de cerca de metade do volume de negócio.
“Houve dezenas de investidores a manifestar interesse”
A SIC Notícias cita as declarações do administrador judicial, Jorge Calvete, ao Expresso, onde sublinha que apesar do elevado valor da dívida do Grupo Vale da Rosa, “houve dezenas de investidores a manifestar interesse”.
É que segundo o mesmo jornal, “Vale da Rosa desperta o interesse de investidores ligados à indústria alimentar já instalados em Portugal e que já passou pelos olhos de fundos a operar no país”, até porque as suas uvas já foram classificadas como as “melhores do mundo”.
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