O processo para classificar o antigo Convento de São Francisco, na cidade de Tavira, como bem de interesse cultural foi aberto, depois de hoje ter sido publicado em Diário da República o anúncio.
Este pedido de classificação do antigo Convento de São Francisco inclui também “o cemitério e atual jardim público e o património integrado, na Praça de Zacarias Guerreiro e na Rua 9 de Maio”, situado na União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), no concelho de Tavira, distrito de Faro, de acordo com o anúncio de abertura do procedimento.
O anúncio, assinado pelo subdiretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, salienta que a proposta de classificação partiu da Direção Regional de Cultura do Algarve.
O anúncio refere também que, com a abertura do procedimento, “os bens em causa estão em vias de classificação, de acordo com o n.º 5 do artigo 25.º da Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro”, onde está previsto que “um bem considera-se em vias de classificação a partir da notificação ou publicação do ato que determine a abertura do respetivo procedimento”, num “prazo máximo de 60 dias úteis após a entrada do respetivo pedido”.
Este mecanismo permite a criação de uma zona geral de proteção numa área de “50 metros contados a partir dos seus limites externos”, onde qualquer intervenção fica sujeita análise e parecer das entidades competentes.
Os interessados em consultar o processo podem fazê-lo através das páginas da Internet da Direção-Geral do Património Cultural (www.patrimoniocultural.gov.pt), da Direção Regional de Cultura do Algarve (www.cultalg.pt) e da Câmara Municipal de Tavira.
O convento de São Francisco foi “fundado pelos franciscanos entre 1250 e 1330, fora da cerca muralhada” de Tavira, e “foi um dos mais preeminentes edifícios do Algarve medieval”, no qual “a igreja conventual adotou uma planta longitudinal de cruz latina, orientada a nascente”, pode ler-se na informação disponibilizada pela Câmara de Tavira sobre o monumento.
“Ao longo dos séculos o convento recebeu várias renovações e reconstruções, sendo também assolado por diversas catástrofes, nomeadamente, dois terramotos (1722 e 1755), uma derrocada (1840) e um terrível incêndio (1881). Assim, a igreja que chegou aos nossos dias é um edifício complexo com várias intervenções ao longo da sua história, tendo hoje um traçado distinto do original fruto das reconstruções oitocentistas”, refere ainda o município na sua página da Internet.
O mesmo texto acrescenta que, apesar destas alterações ao longo dos tempos, ainda “resistiram a estas vicissitudes algumas parcelas do edifício medieval refletindo a influência da arte da Batalha (século XV), se bem que estas se apresentem estrutural ou funcionalmente alteradas”.
“Da antiga cabeceira conserva-se uma antiga capela colateral, atual sacristia, com uma elevada abóbada gótica de belo traçado e um janelão em arco quebrado. Também no jardim municipal anexo à igreja conservam-se duas antigas capelas laterais, góticas, que se alinhavam à nave do templo”, segundo a autarquia.