A Fadas e Elfos Associação Cultural e a Orquestra do Algarve vão levar ao palco a versão portuguesa da ópera “O Principezinho”, de Rachel Portman, a 1 e 2 de junho, no Teatro das Figuras, em Faro, disse o encenador.
O Teatro das Figuras vai acolher a estreia da versão portuguesa da ópera “The Litle Prince”, de Rachel Portman, compositora britânica que foi “a primeira mulher a ganhar um Óscar por uma banda sonora”, com o filme “Emma” (1996), “e escreveu essa obra operática lindíssima, da história de [Antoine de] Saint Exupery”, afirmou Jorge Balça, responsável pela dramaturgia e tradução, juntamente com Rui Baeta.
Jorge Balça disse à agência Lusa que se trata de “uma ópera contemporânea, mas que tem um idioma musical bastante acessível”, e os seus criadores pretendem “chegar a todos os públicos”, em duas apresentações, realizadas por um elenco profissional, que conta com a participação de alunos de quatro conservatórios do Algarve.
“Conseguiremos, espero eu, chegar sim às crianças, mas estamos a fazer um esforço bastante forte para chegarmos também aos adultos e ir buscar todas as memórias que cada um terá com ‘O Principezinho’, que é uma história que nos acompanha há tanto tempo, aliás foi escrita em 1943 e faz parte da infância de tantos de nós”, declarou.
Ópera ‘O Principezinho‘ foi produzida graças a um ‘esforço multifacetado de várias entidades‘
O encenador destacou que o espetáculo foi produzido graças a um “esforço multifacetado de várias entidades”, sendo uma “coprodução da Fadas e Elfos Associação Cultural e da Orquestra do Algarve”, com o apoio da Direção-Geral das Artes e da Égide – Associação Portuguesa das Artes e a colaboração da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve.
“E estamos em colaboração com quatro conservatórios de música da região – Faro, Olhão, Loulé e Academia de Música de Portimão –, temos colaboração com a Universidade do Algarve e do Plano Nacional de Leitura e do Plano Nacional das Artes”, acrescentou.
Jorge Balça explicou que cresceu no Algarve, em Portimão, e passou metade da vida em Londres, mas, apesar de continuar a trabalhar internacionalmente, “era extremamente importante voltar” onde iniciou os estudos musicais e teatrais “para dar algo de volta”.
O espetáculo está dividido em oito partes e foi preparado de raiz a pensar na participação dos alunos e coros dos conservatórios da região, salientou ainda o encenador, adiantando que a obra “não é muito longa, são 100 minutos com intervalo no meio”, cantados e legendados em português, e tem um “idioma musical extremamente acessível, apesar de ser música contemporânea”.
“Este trabalho com as crianças e muito próximo com os professores e as pessoas que estão a dar apoio vocal a estas crianças, era extremamente importante para mim e para toda a produção desde o princípio do projeto”, assegurou.
Jorge Balça argumentou que a participação neste espetáculo dá a estes alunos “a oportunidade de lidarem com a ópera”, uma arte que “é bastante global e completa” e que “vai requerer não só a capacidade musical, mas a capacidade teatral”, dentro de um “contexto profissional”.
“É importante dizer que, apesar desse trabalho comunitário, estamos a falar de um projeto profissional, com todos os valores de um espetáculo profissional, e vamos estar a cantar e representar ao lado de cantores internacionais, alguns deles de renome mundial”, frisou, reconhecendo que estes alunos podem assim ter uma oportunidade que Jorge Balça gostava de ter tido quando também iniciou o seu percurso na região.
Com encenação de Jorge Balça e direção musical de Miguel Sepúlveda, o elenco de “O Principezinho” é composto pelo barítono Rui Baeta, pelas sopranos Sofia Marafona e Mariana Mendes, pela mezzo-soprano Inês Constantino, pelos tenores Leonel Pinheiro e Paulo Lapa, a par dos barítonos Eduardo Portugal e José Bonifácio e do baixo Tiago Mota, que interpretam a par de Principezinhos das várias escolas de música participantes.
Os bilhetes estão disponíveis no sítio oficial do Teatro das Figuras.
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