A Casa Álvaro de Campos, em Tavira, vai vai ser palco de duas atividades programadas em colaboração com a Festa dos Anos de Álvaro de Campos da associação Partilha Alternativa.
Na próxima sexta-feira, às 18:30, terá lugar a apresentação do livro “Veneza de Tédios”, de Pedro Jubilot, com a participação especial do músico Marcelo Montes.
No sábado, pelas 17:00, será apresentada a obra “A Marginália de Fernando Pessoa”, de Maria do Céu Estibeira
“Veneza de Tédios” é o novo livro de Pedro Jubilot, editado na coleção Espúria da editora Silabas & Desafios. Partindo da sua vivência em Tavira, terra em que Fernando Pessoa fez nascer o heterónimo Álvaro de Campos, e da relação poética que se pode ter com um escritor e a sua cidade natal, o autor parte da frase de Campos: Cada rua é um canal de uma Veneza de tédios, e vai construindo uma crónica poética de viagem (auto)ficcionada que nos leva a diferentes lugares (épocas), interagindo com as suas pessoas e personagens.
Pedro Jubilot publicou os livros ‘Postais da Costa Sul’,(2013) ‘Telegramas do Mediterrâneo’ (2016) e ‘Cartas da Mancha’ (2018), todos na CanalSonora. E ainda o conto ‘Alma’ na editora 4Águas (2015).
É membro da associação Casa Álvaro de Campos-Tavira, onde coordena o ciclo Poemus. Faz parte do coletivo Espúria.
O livro de Maria do Céu Estibeira, “A Marginália de Fernando Pessoa”, trata o fenómeno da marginália pessoana, as formas que assume e a intenção que lhe está inerente é o tema deste trabalho, que pretende não só dar a conhecer a intensidade emotiva que caracterizou o processo de leitura de uma vasta biblioteca, como mostrar que as anotações de cada livro são um elemento valioso para a construção de uma identidade literária e que tornam possível aceder aos processos mentais do leitor / anotador em que Pessoa se tornou e aos momentos de interação com os autores de cada exemplar lido.
“A análise exaustiva da marginália de Fernando Pessoa nos livros da sua biblioteca poderá provar-se como um auxílio precioso para a reconstrução dos percursos de leitura do poeta, já que os pensamentos expressos nos diversos volumes anotados apresentam preocupações estéticas e literárias que este manifestaria ao longo da vida na sua própria produção textual”, explica a Casa Álvaro de Campos.
Com este trabalho pretende-se também “reconstituir algumas experiências pessoais de uma memória literária e intertextual, demonstrando a intensidade emotiva que caracterizou o processo de leitura dinâmica que Pessoa realizou e apresentando este autor como pensador e interlocutor de cada livro que lia e anotava e como construtor de um percurso de raciocínio e reflexão que foi evoluindo ao longo do tempo e determinou a sua progressão como homem e artista”, conclui.
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